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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

TUDO IGUAL

Segunda-feira,
finda-se Outubro.
Novembro lhe sucederá.
Novos dias de sol,
vento, nevoeiro ou chuva.
Catástrofes, guerras,
fome, doença, dor.
Mortes imprevistas
ou anunciadas.
Aqui, ali,
em qualquer lugar
pouco ou nada se alterou.
Angustio-me...
E tristemente penso...
Só a hora mudou!

MM
Out. 2022

sábado, 29 de outubro de 2022

MUDA A HORA

Último fim-de-semana de Outubro, a saga do costume, muda a hora! 

Prós e contras, longos textos a dissertar sobre vantagens e desvantagens, mas fica tudo na mesma sem consenso que nos valha. 

Também eu vou escrevendo aqui algumas coisitas, mas nada que possa fazer alguém mudar de opinião, porque eu própria só tenho dúvidas! 

Porém, uma certeza tenho! Gosto da hora de Verão com os seus dias grande luminosos e, quando se muda para a hora de Inverno, até fico deprimida com aquela sensação de "faltar dia", pois as tardes são tão minúsculas que não dão para coisíssima nenhuma! 

E, se a juntar a esse desperdício da tarde tivermos aquele desejo bom de estar mais um bocadinho na cama pela manhã, luxo de reformado... ou se estiver chuva ou nevoeiro, então é que os dias começam e acabam sem sequer terem nascido! 

Bom, mas há esperança! O pior é mesmo até ao Natal! Daí em diante, como diz o ditado: "é um saltinho de pardal"! 

Aguardemos com calma a chegada de Novembro, que não tarda é Dezembro e logo será Natal! 

Por hoje mudem-se os ponteiros e façamos preguiça mais uma hora! 😔

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

LUME QUE AQUECE A ALMA

Quando nos dias frios me sento a olhar o lume que crepita neste fogão, lembro-me sempre de como era outrora a nossa pequena casa, com o interior em escadas e "paredes" de madeira, os chamados frontais e onde o lume se acendia no último andar, em cima de uma laje, a chamada lareira, com as correntes de ferro presas num barrote do tecto, onde as panelas de ferro eram suspensas e se cozinhavam os feijões e se fazia o caldo, sustento nosso de cada dia.
(…)
Hoje, com a casa sem "frontais", a cozinha mudada para o andar de baixo, um fogão cuja chaminé passa no meio dos dois pequenos os quartos da casa, é quase aquecimento central, só é preciso lenha e alimentar a forna-lha, ter em cima a cafeteira para o chá e, sem dúvida, que este lume sempre me há-se aquecer a alma!

terça-feira, 25 de outubro de 2022

O VENTO ASSOBIA

Em dias de ventania, como é hoje o caso, lembro-me sempre da imponência destas "torres" que são na verdade turbinas eólicas e do seu impacto na paisagem das serras, aldeias, vilas e cidades. 
Precisam de vento, muito vento, para que as pás destes "moinhos de vento", como lhes chamo, girem a toda a velocidade. Já estive perto e fazem muito barulho, mas em dia de ventania nem quero imaginar! Porém, também pode acontecer que os sons - vento e turbinas - se "misturem" e a fauna das redondezas já se tenha habituado e não estranhe, o que duvido, principalmente as aves.  
Li algures que as turbinas eólicas estão "maiores, melhores, mais baratas e eficientes e que a energia eólica é uma das fontes de energia limpa mais competitiva em todo o mundo, e necessária para limitar o aquecimento global". Quero acreditar que assim seja!
E, não obstante o impacto paisagístico na natureza, contratempos na fauna e na flora - ainda por avaliar devidamente - que ao menos haja energia limpa para que possamos ter o Inverno que se aproxima menos penoso e sem muita escassez de energia, que vão acontecer gerados pela conjuntura mundial, 

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

MURAL DE HOMENAGEM AOS MINEIROS

Um dos motivos que me levou este ano a São Jorge da Beira, para além de conhecer a aldeia, foi também a curiosidade de ver este Mural de Homenagem aos Mineiros que trabalharam nas Minas da Panasqueira.
Não há na aldeia qualquer indicação sobre a localização do mural, pelo menos eu não vi. Mas o velho ditado de "quem tem boca vai a Roma" continua actual. Dão-se "dois dedos" de conversa com alguém e logo se faca a saber onde é. 
O caminho que me indicaram é o mesmo que leva à capela de Nossa Senhora de Fátima, que já aqui mostrei. O mural começa a ver-se ao longe, pois os seus 52 metros quadrados assim o permitem e foi pintado pelo conterrâneo e conceituado artista Luís Geraldes, que quis assim homenagear os mineiros e deixar aqui a sua marca.
O enquadramento é perfeito, mas confesso que fiquei triste por ver a pintura neste cenário um bocadinho desleixado. Possivelmente o terreno é particular e, se for, muito dificilmente aqui nascerá um jardim. Toda esta envolvente devia estar cuidada por respeito à arte e enriquecer ainda mais a obra.
Todo o sofrimento de várias gerações de mineiros e das suas famílias foi, e é, como espadas que se cravam e dilaceram o coração quando o lembramos. 
É inegável que o Luís Geraldes com as imagens de espadas, olhos abertos de profunda angústia e homens que não se vergavam perante condições tão desumanas e venciam todos os medos, soube muito bem interpretar esse sofrimento que se colou à alma e contar esta negra história que faz parte das nossas vidas. 
Fiquei aqui longos minutos em silêncio... a recordar os meus avós que não conheci, foram mineiros, e pelo menos o materno ficou incapacitado devido às minas e morreu muito novo. E a "espada" mais funda no coração é a memória do meu tio João, que morreu de acidente dentro das minas, ao que sei nos chamados "tanques de cal" onde caiu.
Fecho os olhos e oiço ainda os gritos de minha tia, tão jovem, viúva, com 3 filhos pequeninos de cinco e seis anos e a mais nova de apenas seis meses. O desespero de minha avó, a quem as minas roubaram o marido e agora lhe levavam um filho na flor da idade. De minha mãe e dos meus tidos inconsoláveis perante mais esta perda. Eu tinha seis anos e nunca o esqueci! 

Obrigada, Luís Geraldes pela homenagem, que pela arte da imagem me trouxe à memória tantas recordações, ainda que dolorosas, e que a par do grito dos mineiros cantado no seu hino - de arrepiar até à medula - já tinham sido avivadas, quando o escutei no ano passado no recinto da escola do Sobral. A mesma escola onde alguém me veio buscar sessenta e um anos antes porque o meu tio tinha morrido de acidente nas Minas da Panasqueira.   
HINO DOS MINEIROS 

No poço de s. João
Morreram muitos mineiros 
Vê lá, vê lá companheiro, vê lá
Vê lá, como venho eu

Trago a cabeça aberta
que me abriu uma barrena
vê lá, vê lá companheiro, vê lá
Vê lá, como venho eu

Trago a camisa rota
e sangue de um camarada
Vê lá, vê lá companheiro, vê lá
Vê lá, como venho eu

Santa bárbara bendita
Padroeira dos mineiros vê lá
Vê lá, vê lá companheiro, vê lá
Vê lá, como venho eu

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

100 ANOS! 💗🙏

E é Festa no Céu com a Mãe, Avó e Bisavó, PRAZERES DA GLÓRIA.

Na terra, as memórias são bálsamo para o coração. Por isso, recordamos com todo o amor e gratidão o tempo que nos foi dado viver a seu lado neste mundo em que muito nos deu e ensinou. 

Hoje celebramos o seu centenário de nascimento rezando e pedindo a Deus que a tenha num bom lugar, junto de Nossa Senhora que ela tanto gostava e chamava.  

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

ESTUÁRIO DO DOURO

Um lugar para passear, olhar, ver e aprender mais alguma coisa sobre o que de melhor tem a natureza entre duas cidades: Gaia e Porto.
É uma vista fabulosa quando o céu está limpo e se confunde com o azul da água que o Douro espraia nestas areias. 
O mar, que ao fundo espreita, na maré alta faz o rio transbordar e encher a grande e pequenas lagoas deste estuário.  
A passarada em algazarra esvoaça a seu bel-prazer, mergulham na água e lutam na disputa de alguma coisa para comer.
O cenário é de encanto e até paz, e nada parece indicar que há de um lado e do outro duas grandes cidades barulhentas e em contínuo movimento.
Qualquer estação do ano é boa para visitar esta Reserva Natural que conta também com um centro interpretativo.
De acordo com informação da Reserva Natural "Há aves que se podem continuar a observar mesmo depois do Verão, como os guarda-rios, os maçaricos-das-rochas, várias espécies de garça e, entre outros, os corvos-marinhos-de-faces-brancas. Por vezes, vão passando para sul águias-pesqueiras vindas do Norte da Europa."
Dizem-nos ainda que "no Outono é das melhores épocas e um dos principais motivos centra-se nas migrações de bandos de aves vindas do Norte e do Centro da Europa, rumo a África.
Gaia e Porto, separadas pelo belo rio Douro são, pode dizer-se, unidas todos os dias não só pelas pontes, mas também por toda esta passarada que cruza as duas margens sem pedir licença!

GRAÇA DIVINA

E quando as pernas trémulas
Já estão a soçobrar
É uma graça divina
Ter alguém para nos amparar

Só assim irei mais longe
A desbravar o caminho
Apoiada em força nova
Que me abraça com carinho

É tão terno este abraço
Que o sinto como riqueza
E muito grata estou a Deus
Por tanto amor e beleza

MM
Estuário do Douro
Agosto 2022 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

A NOSSA IRMÃ ÁGUA

Cristalina e transparente
Necessária a toda a gente 
É preciso da natureza bem cuidar
Para que todo o universo possa recuperar
E venha chuva para água não faltar!

CONTEMPLAR A NATUREZA COM O OLHAR E O ❤️

Neste Dia de São Francisco de Assis, e a seu exemplo, louvar a irmã natureza e cuidar de todas as suas criaturas. 
Amar, Cuidar, Respeitar é tudo o que precisamos de fazer para que a natureza nos continue a dar o melhor e possamos sobreviver. 
Cada dia traz um novo aroma e uma nova tonalidade que encanta e dá vontade de registar nos mais pequenos detalhes. 
Observar as montanhas e respirar o seu ar é um exercício de espiritualidade que nos coloca muito perto de Deus. 
Por isso São Francisco chamava a natureza de irmã e louvava em todas as suas dimensões. Façamos o mesmo!