domingo, 28 de novembro de 2021

O SOL 🌞

Que me aquece e acaricia
E pela tarde vejo morrer 
Envolvido neste manto 
De cor, beleza e magia.
É miragem... mas sinto…
E quase me parece ver
Nesta tela assim pintada
Um outro pôr-do sol
Em que me quero perder
Em terra longínqua, 
Saudosa, amada,
E que nunca hei-de esquecer! 

MM
Nov. 2021

domingo, 14 de novembro de 2021

COP26 -CIMEIRA DO CLIMA

Em Novembro realizou-se mais uma Cimeira do Clima, que apesar da dramática situação em que a "nossa casa comum" se encontra, terminou como se previa, sem resoluções e que comprometam todos os países para que algo possa mudar. Continua a haver um longo caminho a percorrer e que a todos diz respeito.
Não há só maus ou bons nesta questão! Cada país tem os seus próprios problemas, e há muitas políticas referentes ao chamado desenvolvimento, com uma altíssima carga poluente, mas que não são travadas pelos governos pela contestação e desemprego que isso iria gerar.
Há toda uma filosofia de vida que os governos têm de se esforçar por implementar, mas que os chamados grandes grupos económicos travam a todo o custo. Sensibilidade, bom senso, muito trabalho de campo e criação de condições de transições justas, para que as populações não se vejam na iminência de sair de uma miséria e entrar noutra.
A pressão urbanística, as zonas industriais, o trafego automóvel e aéreo, tudo embrulhado em "papel de progresso", afinal parece resultar é num presente envenenado que ninguém tem coragem de não continuar a "oferecer"!
O desastre das alterações climáticas agrava-se com a devastação provocada pelos incêndios, a que se junta o corte indiscriminado de árvores, plantação de km e km da mesma espécie sem corredores que delimitem com outras árvores. 
O flagrante desrespeito da falta da devida manutenção das faixas de segurança ao longo das estradas e a  limpeza de florestas, estatais ou privadas, são o espelho do desleixo de quase tudo o que diz respeito à natureza, desde que não seja para fins turísticos ou a iminência de ganhar muito dinheiro.
Assistimos por isso a incêndios  cada vez mais terríveis e devastadores em todo o mundo e com a perda de vidas humanas, como aconteceu entre nós em 2017, com a tragédia de Pedrogão Grande, em Junho, que fez pelo menos 64 mortos directos, mais de 250 feridos e cerca de 500 milhões de euros de prejuízos. Seguindo-se em Outubro Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro e Leiria onde morreram 45 pessoas e cerca de 70 ficaram feridas, casas devastadas e também centenas de prejuízos.
Não há vontade de fazer equilibrar as coisas e natureza ferida revolta-se! Por isso, depois dos incêndios contabilizam-se os tufões, furacões e chuvas diluvianas que tudo levam à sua passagem. Que mais será preciso acontecer para que se mude?
Mas, a responsabilidade não cabe só aos governos mas também a todos nós. Todos temos que fazer mais pelo planeta, porque está em risco a nossa sobrevivência. A terra, de uma forma ou de outra vai sempre sobreviver, nós, se não arrepiamos caminho procurando viver uma vida mais sustentável, não deixaremos nada para as gerações futuras que são os nossos filhos, netos e bisnetos.
Há tantos pequenos gestos que podem fazer a diferença e, mesmo assim, muitos temos preguiça de os fazer. E nesta falta de consciência não se incluem só os mais velhos! Pensamos que os mais jovens estão totalmente despertos para esta problemática do desperdício e da poluição que contribuem para as alterações climáticas e fazem esforços para viver uma vida mais simples mas infelizmente não é assim!
Urge que cada um de nós seja agente de sensibilização em todos os lados onde se encontre e, pelo exemplo, ajude a mudar mentalidades consumistas que tiram dias a um futuro mais limpo e onde se respire e viva melhor.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

A COR DA SAUDADE 💜

Depois da Solenidade de Todos os Santos, vem o Dia de Fiéis Defuntos e era neste dia que outrora se faziam as romagens aos cemitérios, o que se alterou com a crescente debandada para outras formas de vida que não a rural, com horários de trabalho incompatíveis com essa tradição, transferindo-se a mesma para o Dia de Todos os Santos que é feriado.

No entanto guardo ainda memória dos tempos em que ao longo do ano o tempo era escasso para visitas e arranjo de campas no cemitério por parte de quem lá tinha os seus, ou também pelo facto de existir um coveiro que lá ia mantendo a dignidade do campo santo. A visita saudosa acontecia quando mais alguém falecia ou em Dia de Finados!

Na véspera desse dia, depois de cumprido o preceito da missa solene de Todos os Santos, havia grande azáfama no cemitério a limpar as ervas, a endireitar cada sepultura, e zelosamente a "ripar" ou desfolhar pequenas flores que não tardaria seriam colocadas em cima da terra, com desenhos artisticamente bem elaborados e todos os pequenos espaços preenchidos por uma "chuva" de pétalas. Um primor, que me fazia andar por lá a cirandar entre campas, onde o mármore era raro e o plástico inexistente, e deslumbrar-me em cada ano com o mais belo jardim coberto de crisântemos brancos, amarelos e rosa!

Quantas vezes o Dia de Fiéis Defuntos - tal como hoje - era chuvoso, cheio de neblina, o frio da serra já a fazer-se sentir, e marcado ainda por celebrações em que as palavras, cânticos, orações, silêncio, lágrimas e a cor negra das roupas que se vestiam faziam adensar ainda mais a profunda tristeza que cada um carregava na alma. Apenas as flores me parecia terem aqui o papel mais bonito, por devolverem aos olhos de quem as via um pouco de brilho e esperança.

A maravilhosa natureza dá-nos uma variedade infinita de flores e as de cor roxa - que não deixam de ser belas - simbolicamente remetem para a saudade, tristeza e luto. No entanto, que me lembre, não era uma cor presente em flores no Sobral, onde predominavam nesta época os crisântemos (carvalhas) das cores já acima referidas e com destaque para os brancos.
Felizmente, hoje há flores de todas as variedades, feitios e cores que - indiferentes à conotação que lhes é dada- os moradores da aldeia plantam e cuidam tornando cada recanto ainda mais belo e aprazível

O importante a realçar sobre as flores é que o simbolismo da cor não é igual em todas as culturas, e se gostamos de uma determinada flor esqueçamos essas "varas" com que querem prender-nos e façamos a nossa oferta livre com amor e muita alegria. As flores, tenham elas a cor que tiverem, são sempre bonitas e oferecê-las revela uma alma generosa e sensível.

Em dia de Todos os Santos e de Fiéis Defuntos, as campas nos cemitérios enchem-se de belas flores silvestres ou de jardim que em breve estarão murchas e secas. Quando colocarmos as nossas flores na sepultura de quem nos é querido, façamos uma oração e depositemos nelas um beijo, pois assim, enquanto durarem, fica ali um pouco de nós e da nossa eterna saudade pelos que nos fazem tanta falta  e a “morte de nós separou, mas não matou.”

Assim o lembra o Pe. João Aguiar num belíssimo texto que circula nas redes sociais e pode ser lido em  https://www.facebook.com/paroquia.de.mangualde/posts/514651988871731

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

DIA DE TODOS OS SANTOS

Neste Dia de Todos os Santos, de que fazem parte todos os que amamos e já não estão fisicamente entre nós, não podemos deixar de a todos lembrar. 
É dia de oração, saudade e lágrimas que não conseguimos evitar, mas que são a prova de que os nossos entes queridos continuam vivos na nossa memória e no nosso coração.
As flores naturais, quanto mais simples melhor, são uma bonita forma de expressar o nosso amor, e pedir-lhes que lá no céu velem por nós enquanto peregrinamos cá na terra.