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terça-feira, 31 de outubro de 2023

PÃO POR DEUS

Para dar a quem tem fome.
🌾🌾
E não vou falar da tradição que existe ainda em algumas regiões de as crianças, neste dia, pedirem pão para os pobres.
Direi apenas que é bom ter esse bem essencial na mesa mas, se sobrar, há mil formas de o aproveitar.
A "estragação" - como se dizia na minha aldeia - e que vejo acontecer tantas vezes com o pão deitado ao lixo é triste e dói-me o coração.
E, o pior, é que este desperdício acontece em todas as classes sociais...!!

É preciso voltar dizer às crianças que o pão é sagrado, mesmo que não compreendam o que isso quer dizer, ensiná-las a ter respeito por todos os pedacinhos e que nenhum deve ser desperdiçado.
Se não apetecer agora guarda-se e fica para logo. Se está duro torra-se, rala-se, fazem-se sopas, migas, açorda ou até sobremesas.

A fome continua a matar seres humanos que um pouco de pão podia salvar.
PÃO para partilhar
e a fome, no mundo, terminar. 
🙏

MEDRONHEIROS E MEDRONHOS

Os belos medronheiros perfilam-se como guardiões da serra, e estes até parece que abrem alas para me deixar o céu, os caminhos que lá longe se vislumbram, esta vereda que há entre os dois e me lembro desde sempre da sua existência, e nos leva à bica da presa, oásis onde ainda se mata a sede, mas por razões de segurança convém que seja só quando ainda corre da rocha e há menos probabilidades de estar conspurcada por javalis, cabras bravas e outros animais que nos últimos têm ocupado o território abandonado por nós. 
Seduzem-me estas cores vibrantes e quentes do medronheiro com os seus frutos e flores. Podia e devia ser considerada uma das 7 MARAVILHAS da nossa floresta autóctone e dar-lhe o destaque e promoção que merece.  
Quantas crianças saberão que existe tão bela árvore (arbusto) em Portugal?
Era interessante divulgar nas escolas tudo o que se relaciona com o medronheiro sempre verde, e se enfeita ao mesmo tempo de frutos e flores.
As escolas deviam ter interessa e orçamento para programar visitas ao terreno com as crianças, por natureza curiosas e prontas para a aventura a percorrer em alegre algazarra os caminhos da serra desfrutando da sua imensa beleza e adquirindo conhecimentos que só vendo, tocando, cheirando e provando - como é o caso dos medronhos - se pode ter. Seria o melhor projecto de divulgação e preservação. 
Os medronhos, creio que se podem considerar frutos de Outono/Inverno, e encantam pela forma como vivem assim juntinhos no mesmo ramo, em delicado equilíbrio, não parecem estar lá a competir, mas antes para se amparar como amigos, em que cada um brilhará a seu tempo. 
É mais uma das lições a tirar da natureza, desta árvore e destes frutos. Cada coisa no seu lugar, no seu tempo e em perfeita harmonia. Não mais beleza!
Os medronhos, outrora destinados exclusivamente a aguardente, ainda assim não escapavam de à "surrelfa", pelos caminhos trilhados, irmos roubando alguns para comer já que, se ano lhes for de feição, bem maduros são doces e apetitosos. 
Nos dias de hoje, usam-se os medronhos noutras novidades a nível da culinária, bebidas que se fazem por aí e, como já aqui referi noutra ocasião, de acordo com a universidade de Aveiro, têm "propriedades antioxidantes e a capacidade de evitar os radicais livres responsáveis por doenças como o cancro, de controlar os níveis de colesterol e de melhorar a saúde da pele e dos ossos”. 
Para mim, das novidades que conheço - até porque algumas ainda não tive o gosto de provar - a melhor é, sem dúvida, a geleia fabulosa que se espalha no pão fresco ou torrado e se degusta como um verdadeiro manjar, nestes dias em que o Outono entra, sem cerimónia, na nossa casa
Como não é possível aqui degustar o fruto, ficam as belas imagens dos medronheiros da serrania, que com as suas características únicas a pintam de verde, de amarelo e vermelho com os frutos, e ainda de uma tonalidade levemente bege nas suas mimosas flores. 
E, assim se pode dizer, que esta é a beleza qua a natureza nos oferece e o que temos de melhor. Será que merecemos?   

sábado, 28 de outubro de 2023

OUTUBRO QUASE FORA

E, cá vamos nós para a mudança da hora!

Há quem goste, quem não ache piada nenhuma e também quem não se importe. 

Os movimentos que defendem adiantar no Verão e atrasar no Inverno, e os que se "batem" por manter sempre a hora de Inverno - que é esta em que vamos entrar agora - defendem as suas posições e cada um deles tem boas razões para o debate, que certamente irá continuar não sei ainda por quanto mais anos. 

Certo, certo é que a hora retirada no Verão é-nos agora devolvida e isso é bom para o nosso equilíbrio biológico, por estar mais perto do horário solar, dizem os entendidos.

É verdade que com o tempo nos habituamos mas eu ainda não sei se prefiro a hora de Verão ou de Inverno, mesmo gostando desta horinha "extra" que hoje é devolvida. 

Amanhã, quando acordar haverá mais luz, mas, em contrapartida, as tardes desaparecem tão depressa que quase nem se dá por elas pois a noite logo se avizinha.

Lá terei de atrasar o relógio, dormir mais uma hora, ou não... esperar até à próxima mudança e tentar descobrir qual das horas é melhor. 🤔

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

NÃO É, MAS PODIA SER...

RUA DAS FLORES

Esta e outras ruas
que de flores são enfeitadas
cobrem as paredes nuas
e às vezes formam arcadas

Quem aqui passa vê bem
como não falta beleza
nas rosas que a rua tem
e lhe dão tanta nobreza

E se de rosas falamos
não há como não lembrar
outras flores que encontramos
e enfeitam o lugar

Cuidam delas mãos de amor
quase sempre no feminino
esteja frio ou calor
no seu toque quase divino

E se pensamos não haver
mais flores para nos saudar
há girassóis a crescer
e a rua volta brilhar

Que haja sempre flores
a adornar qualquer caminho
de mil formatos e cores
e são expressão de carinho

Bem-haja a quem tem prazer
de vasos e jardins cuidar
e com aromas encher
a nossa vida, o nosso olhar!


Mariita
25 de Outubro de 2023
💗
Dedicado a todas as mulheres e homens
que fazem de Sobral de S. Miguel um jardim.

COMEMORAÇÕES DOS 135 ANOS DA FREGUESIA

Por estes dias decorrem as comemorações dos 135 anos da criação da freguesia de Sobral de S. Miguel, com a desanexação da freguesia de Casegas e que aconteceu no dia 25 de Outubro de 1888. 
É, pois de elementar justiça que haja festa no nosso verde cantinho, ainda que o Outono já pinte nele mais algumas cores próprias da época, que neste lado ainda não são perceptíveis, mas nas hortas e em encostas avesseiras da serra já lhe conferem tons de ouro e cobre que outros toques de beleza vêm acentuar.
Sobral de S. Miguel, é sempre lindo na natureza que o rodeia, ainda bastante diversificada, e nunca cansa o olhar ser sempre diferente, quase a cada dia que se abre a janela.  
Toquem os sinos de alegria, rejubilem e cantem as gentes, pois a nossa terra e toda a comunidade está em festa! 135 anos da freguesia é um grande caminho percorrido, mas que queremos outros continuem a percorrer com galhardia e orgulho. 
Hoje e sempre é meu desejo enaltecer este verde cantinho, e expressar-lhe do fundo do coração os merecidos parabéns, com todo o meu carinho!

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

PAISAGEM NEGRA SEM SER DO FOGO 😥

Estação de energia fotovoltaica a nascer na planície da Cova da Beira. A quem serve esta paisagem que dizem ser o futuro?  
As florestas ardem, fica tudo negro, estevam desornadas, nascem ainda mais desordenadas, cheias de espécies invasoras, perde-se biodiversidade e muitas plantas autóctones não voltam a renascer.
As plantações intensivas mais que duplicaram ou triplicaram, arrasam a agricultura convencional e, ainda por cima, algumas a requerer recursos hídricos que não temos.
Os químicos, cujo uso se sabe o que faz, continuam a ser usados em grande escala, a secar os solos e a contaminar as águas.
Depois das eólicas nas serranias enchem-nos agora o território, em terras planas e de solo arável, com quilómetros de painéis fotovoltaicos que deixam a paisagem horrivelmente descaracterizada.
Abrir a janela da casa e dar de caras com este "lençol" negro é seguramente bem pior que as torres brancas de hélices a bailar ao vento.
Nascerá vegetação por baixo desta negritude, ou despejam para lá químicos para que isso não aconteça?
Se é sabido que as flores silvestres estão drasticamente reduzidas, os insectos polinizadores, nomeadamente as abelhas, estão a morrer e se a nossa alimentação depende dessa cadeia, qual será o futuro das vinhas, pomares e hortícolas da Cova da Beira -neste caso- e de outros por esse Portugal fora?
Fica a pergunta para pensar NESTE DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO.