Os belos medronheiros perfilam-se como guardiões da serra, e estes até parece que abrem alas para me deixar o céu, os caminhos que lá longe se vislumbram, esta vereda que há entre os dois e me lembro desde sempre da sua existência, e nos leva à bica da presa, oásis onde ainda se mata a sede, mas por razões de segurança convém que seja só quando ainda corre da rocha e há menos probabilidades de estar conspurcada por javalis, cabras bravas e outros animais que nos últimos têm ocupado o território abandonado por nós.
Seduzem-me estas cores vibrantes e quentes do medronheiro com os seus frutos e flores. Podia e devia ser considerada uma das 7 MARAVILHAS da nossa floresta autóctone e dar-lhe o destaque e promoção que merece.
Quantas crianças saberão que existe tão bela árvore (arbusto) em Portugal?
Era interessante divulgar nas escolas tudo o que se relaciona com o medronheiro sempre verde, e se enfeita ao mesmo tempo de frutos e flores.
Era interessante divulgar nas escolas tudo o que se relaciona com o medronheiro sempre verde, e se enfeita ao mesmo tempo de frutos e flores.
As escolas deviam ter interessa e orçamento para programar visitas ao terreno com as crianças, por natureza curiosas e prontas para a aventura a percorrer em alegre algazarra os caminhos da serra desfrutando da sua imensa beleza e adquirindo conhecimentos que só vendo, tocando, cheirando e provando - como é o caso dos medronhos - se pode ter. Seria o melhor projecto de divulgação e preservação.
Os medronhos, creio que se podem considerar frutos de Outono/Inverno, e encantam pela forma como vivem assim juntinhos no mesmo ramo, em delicado equilíbrio, não parecem estar lá a competir, mas antes para se amparar como amigos, em que cada um brilhará a seu tempo.
É mais uma das lições a tirar da natureza, desta árvore e destes frutos. Cada coisa no seu lugar, no seu tempo e em perfeita harmonia. Não mais beleza!
Os medronhos, outrora destinados exclusivamente a aguardente, ainda assim não escapavam de à "surrelfa", pelos caminhos trilhados, irmos roubando alguns para comer já que, se ano lhes for de feição, bem maduros são doces e apetitosos.
Nos dias de hoje, usam-se os medronhos noutras novidades a nível da culinária, bebidas que se fazem por aí e, como já aqui referi noutra ocasião, de acordo com a universidade de Aveiro, têm "propriedades antioxidantes e a capacidade de evitar os radicais livres responsáveis por doenças como o cancro, de controlar os níveis de colesterol e de melhorar a saúde da pele e dos ossos”.
Para mim, das novidades que conheço - até porque algumas ainda não tive o gosto de provar - a melhor é, sem dúvida, a geleia fabulosa que se espalha no pão fresco ou torrado e se degusta como um verdadeiro manjar, nestes dias em que o Outono entra, sem cerimónia, na nossa casa
Como não é possível aqui degustar o fruto, ficam as belas imagens dos medronheiros da serrania, que com as suas características únicas a pintam de verde, de amarelo e vermelho com os frutos, e ainda de uma tonalidade levemente bege nas suas mimosas flores.
E, assim se pode dizer, que esta é a beleza qua a natureza nos oferece e o que temos de melhor. Será que merecemos?
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