segunda-feira, 11 de agosto de 2025

IMAGENS DE OUTRO DIA EM 2020

Imagens que não são muito diferente das que hoje infelizmente se veem em muitos locais e todos somos um pouco responsáveis por muito do que acontece.
Todos somos um pouco responsáveis por muito do que acontece, não temos a mínima ideia de como podemos resolver o problema, mas também somos especialistas em descartar as nossas culpas, usar determinada e feia linguagem, acusar tudo e todos é sempre o caminho mais fácil... e assim acontece para todos os quadrantes e cores conforme a alternância democrática vai ditando.
Podíamos ao menos dizer que vai sempre havendo gente que faz alguma coisa, talvez não dê é muito nas vistas. Outras vezes há quem queira e não consiga, se sinta desmotivado ou mesmo completamente desamparado e frustrado. Acontecendo ainda que as burocracias e leis entravam outras tantas resoluções e os sucessivos governos nunca vão ao terreno saber, ver e resolver, seja antes ou depois dos incêndios.
Porém, importa também saber que as pessoas - nos lugares que ocupam em Lisboa, em qualquer vila ou aldeia - são o elo mais importante de tudo isto e se algumas não quiserem encontrar soluções, tudo ficará sempre na mesma… 
Depois, o que já sabemos sobre o agravamento do clima, o abandono das terras, a falta de pastorícia, o desordenamento das florestas são causas e consequências. Mas nada pode desculpar os incendiários nem quem está por trás deles e mereciam castigo bem mais pesado. 
As ondas de calor que nos vários meses do ano se fizeram sentir e este Agosto agravado de calina, infelizmente, não tem indiciado nada de bom e trabalhar para o desagravamento destas alterações do planeta que destroem e matam revela-se cada vez mais uma miragem...
Por negação; conflitos armados; corrupção; negócios de tudo e mais alguma coisa; o consumo desenfreado; o estilo de vida a que todos nós aspiramos e ainda mais desejamos.
As viagens de carro, avião, barco... o ar condicionado... o frigorífico... os nossos gastos alimentares… de vestuário… etc…etc.. Pois é!!  Alguém pensa em moderar alguma coisa ou deseja voltar ao tempo que nós já conhecemos? 
É que convém não esquecer que é desta chamada sociedade desenvolvida e deste consumo que vem o trabalho e melhor vida. 
O planeta arde em todas as latitudes quando irá parar? Há muito mais a pensar e fazer do que a dizer… se não queremos que a humanidade esteja condenada a desaparecer é urgente encontrar um equilíbrio. 
Naturalmente que não se podem nem devem cruzar os braços e são precisas respostas de quem estuda, de quem sabe, de quem manda.  Sem dúvida que sim! Já ontem era tarde!
Importa é que quando chegam essas respostas sejamos capazes de as aceitar e limar diferenças para que se possam concretizar para bem de todos. Há caminhos, urge desbravá-los! 
Nota: estas palavras - "grito da alma" - surgem na sequência de no dia 10 de Agosto, um novo incêndio, com origem na localidade do Pereiro, ter varrido as encostas da Serra do Sobral. Neste momento desconheço ainda quais os locais exactos  que o fogo varreu, mas provavelmente este meu "lugar de abrigo" voltou a ficar no estado que as imagens documentam  em que tudo ardeu corria o ano de 2020.  Aguardo até me ser possível voltar a pisar aquele local na esperança que por algum milagre ele ainda esteja verde. 

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

AGOSTO INESQUECÍVEL

As imagens permitem-me viajar, mesmo sem sair do lugar, porque me recordam lugares que conheci e muitos momentos felizes que ali vivi e guardo no coração. 
É possível que já tenha publicado algumas mais bonitas e perfeitas do Lago Iseo, mas estas têm um significado especial e por acaso foram tiradas neste mês e neste dia tiradas bem longe daqui em 2011!
É possível que já tenha publicado algumas mais bonitas e perfeitas do Lago Iseo, mas estas têm um significado especial e por acaso foram tiradas bem longe daqui em 2011, neste mês e neste dia!
Olhar para uma fotografia é mágico pelo muito que revela e me faz voltar a viver. Como não hei-de gostar de fotografia?
Por mais vezes que visite o Lago nele encontrarei sempre motivos que me fascinam e fará sentido retratar.
Um dia, a partir destas e doutras fotografias contarei histórias aos meus netos que ficarão a saber como as suas vidas estão ligadas a estas imagens e sem elas ser-me-ia impossível contar em pormenor tanto momento bom.

domingo, 3 de agosto de 2025

O MAR

O mar de qualquer lugar
É profundo, desconhecido, infinito.
Sonho e desejo louco de liberdade
De um homem soltar amarras num só grito.

O mar é tantas vezes raiva e maldição.
Solidão, desespero, má sorte...
Insalubre, lúgubre, doentio. 
Destino sombrio e túmulo de morte.

Quem compreenderá o mar
Se nele há tanto mistério no formar de cada onda
De tão doce marulhar ou na fúria que escoa a rebentar?

Indomável, às vezes sereno, vagueia na maresia.
A noite a ele se alia, talvez o proteja e esconda...
Para recomeçar, em exuberância, à luz do dia!


"Poemas Incompletos"
Mariita
Agosto 2025

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

BEM-VINDO, AGOSTO

Que os teus dias me tragam o calor próprio de Verão e as janelas me mostrem a paisagem verde e o azul do céu tela única que só a natureza sabe pintar.
Que a guieira pousada na serra traga aquela frescura boa de manhãs orvalhadas e noites amenas abraçadas por suave brisa a acariciar-me o rosto. 
Que água da ribeira corra de mansinho, ainda faça andar o moinho, e tudo à volta seja o bulício próprio do estio. 
Que todas as famílias venham "saborear" a água,  refrescar os pés e a alma nesta calma única onde duas ribeiras se unem em juras de amor eterno. 
Que venham meninas e meninos chapinhar nos pocinhos. Apanhar pedrinhas só para aqui brincar e as deixem ficar porque aqui pertencem! 
Correr descalços, em algazarra, atrás de trincaldos e saber da natureza tudo o que ela tem para dizer. 
E quando o sol se puser no horizonte e as estrelas vierem mirar-se na água, sentemo-nos para no silêncio escutar todos os sons que Agosto tem para dar. 

quinta-feira, 31 de julho de 2025

ESTRADA DE JULHO NO FIM

Julho diz-nos adeus e, na recta final, sobram os dias de sufoco não só do calor extremo, mas principalmente pelos pensamentos a assolam a mente e fazem temer o surgimento de outras cores que possam vir manchar o horizonte e num ápice levar este verde que pinta a serra e todos os caminhos que vão dar a ela.
Ano após ano, aqui e em todo o território português, são dizimadas pelos incêndios enormes manchas florestais, culturas, casas agrícolas ou de habitação, muitos animais domésticos ou selvagens e perdem-se espécies endógenas que podem não voltar a nascer.
A falta de limpeza e ordenamento da floresta sabemos que são rastilho, mas o vento, nem queiram saber a intensidade do vento, aqui, em muitos dias de Verão! Desde há anos que me surpreende e ao parar nas Pedras Lavradas em dias em que sopra "doido" mete medo e não me lembro de nada parecido na minha infância. 
Não é novidade que o clima está a mudar, muito embora alguns digam que não, e as consequências são tão mais graves quanto mais elementos agrestes e hostis forem sendo “plantados” nas serras, montes e vales sem cuidar de saber como se poderá minimizar o prejuízo. 
Na verdade, a vinda das torres eólicas, pese embora inestético a que já nos habituamos, trouxeram a abertura de caminhos que de outra forma nunca seriam abertos e jamais chegaríamos ao cimo de alguns montes. Não conheço estudos sobre os impactos na fauna e flora depois deste novo elemento na paisagem, mas quer-me parecer que a natureza se adapta. Talvez seja mais prejudicial e poluente ao ambiente em geral o fabrico das torres e a sua chegada aos locais de instalação.
Tudo deveria ser com "conta, peso e medida, sem agressões ao meio-ambiente e, primordial seria sempre a vigilância vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas. Pois se a maioria dos incêndios acontece pela calada da noite é uma irresponsabilidade não implementar este meio, sabendo que depois de um incêndio declarado quaisquer que sejam os meios nunca vão ser suficientes.
Sem mais ajudas que se possa pedir ou nos possam ser dispensadas que venha a protecção divina e os anjos guardem a serra e todos os caminhos que vão dar a ela

terça-feira, 29 de julho de 2025

HOMENAGEM À SOBREIRA

Frondosa e bela sobreira
Sentada hoje no teu Recanto
Deu-me saudade tamanha
Que meus olhos foram pranto.

Na memória em fragmentos
Sei que muitas vezes percorri
A penosa e ingreme calçada
Deste lugar onde nasci.

Na penumbra amendrontavas
Breve eu queria passar
Mas o carrego era pesado
E dele não me podia livrar.

Foram tantas as madrugadas
Em que o meu olhar mal te via
A verde folhagem ao vento
Já outro tempo pressentia.

Triste fado, negros dias
Ainda guardo na lembrança
A minha juventude perdida
Sem direito a ser criança.

Ver-te garbosa Sobreira
Desvaneceu todo o meu medo
À tua sombra protectora
Fico agora em sossego.

Que perdure o teu Recanto
Estimem-te os nossos vindouros
És raiz, memória, sentimento
E um dos nossos tesouros!

Mariita
Julho 2025

O "MEU"JULHO É ENCANTO

Em Maio, nuns dias de visita à minha aldeia, pude constatar como a "nossa" velhinha sobreira, com mais de 500 anos, está agora rejuvenescida após tratamentos a que foi sujeita e muito bem protegida por um esmerado enquadramento paisagístico a que deram o nome de Recanto da Sobreira.
Encantei-me com o espaço, a vista sobre a serra - a que dali nunca tinha dado a devida atenção - e uma parte da aldeia o jardim ainda só de pedra, mas que em breve iria ser adornando com belas flores.
Este chão onde é possível ver recriada com pedras de xisto e seixos a antiga calçada existente na rua do Barreiro e noutras ruas é uma memória muito significativa e bem-haja a quem teve a belíssima ideia de aqui a deixar para os vindouros. 
Atrevo-me a dizer que foi uma intervenção muito bem pensada esteticamente porque quem sabe, mas também sente e conhece este lugar e o quanto ele representa para as gentes do Sobral inteiro. 
Os materiais usados integrados na perfeição e recordar as várias designações do Sobral: Soveral; Suveral; Soberal é história aqui ensinada e jamais esquecida. 
Local aprazível agora com condições para estar, sentar, levar um livro e permanecer no fresco da manhã ou no sereno entardecer.
Lugar para mostrar aos amigos, familiares, levar os netos e contar-lhes tanto que aqui se brincou e as festas ali ao lado, no Salão Paroquial, onde a juventude se reunia e tanto sonhava. O Berreiro fica agora mais mais rico com um ponto de encontro que passará a ser um dos ex-libris de Sobral de S. Miguel. 
O Recanto da Sobreira foi oficialmente apresentado ao povo sobralense no dia 27 de Julho com a presença do Sr. Presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira e a Sra. Presidente da Junta de Freguesia de Sobral de S. Miguel, Sandra Ferreira. Bênção do espaço pelo Reverendo Padre. 
Momento alto, sem dúvida, a actuação da jovem cantora Maria Branco, com raízes neste lugar, que conhecemos desde pequenina, de quem muito nos orgulhamos, honrou-nos com a sua presença e por certo encantou com a sua voz lindíssima, límpida e fresca como a água das cascatas da serra que nos rodeia quem a veio escutar. Os seus avós por certo felizes estão no céu por a sua menina cantar tão bem e, acredito, tenha sido também uma homenagem para eles. 
Porque não me foi possível estar presente não tenho nenhuma fotografia da actuação da Maria Branco, mas deixo o meus sinceros Parabéns à Maria e sem dúvida aos pais Filomena Branco Silva e José Santos Silva. 
Olho a majestosa sobreira e fico a pensar que dentro dela ficam agora mais vozes gravadas para toda a eternidade e debaixo dos seus ramos se cantarão ainda muitas canções de amigo e contarão histórias da "Vida Severina" que todos os tempos têm para contar.