terça-feira, 11 de novembro de 2025

LONGE, MUITO LONGE O MEU PENSAMENTO 💗

EM PENSAMENTO
🌻
Hoje levanto os pés do chão
vou voar em pensamento
libertando o coração
da saudade que é tormento.

Atravesso o oceano
navegarei noutras águas
em caminho sem engano
nele deixarei minhas mágoas.

Sentirei cheirinho bom
da terra vermelha molhada
o batuque com seu som
virá do kimbo à picada.

Cumprirei tantos desejos
que em suspenso ficaram
numa campa deixarei beijos
e flores que nunca murcharam.

Na macia areia da praia
meus pés caminharão de novo
bebendo e gingando a saia
entrarei na festa do povo.

Lágrimas serão derramadas
pelas amizades perdidas
brindarei às encontradas
e curaremos feridas.

Na montanha ou na savana
no deserto, no rio ou no mar
no pôr-do-sol da terra angolana
morrerá o meu olhar.

Não "retorno" a parte incerta...
de torpes gestos é feito o que não sei...
na perda, na tristeza e na dor não há festa...

Magoam-me epítetos que nunca terei...
Mas se o amor e a liberdade é o que resta
Então, num POVO LIVRE me fundirei!

Mariita
11 de Novembro de 2025

TANTO QUE FICOU PARA TRÁS

Novembro não tarda está a meio e tanto do que vivi neste passado recente ficou já para trás sem ter tempo de o deixar aqui recordado como memória, mas acredito que ainda o vou conseguir um dia.
Hoje, porém, a lembrança vai mais longe e não posso deixar de assinalar os 50 anos de Independência de Angola. É dia de CELEBRAÇÃO! 
Não me cabe fazer julgamentos do que se passou até chegar essa tão almejada data com tantos erros cometidos, as perdas humanas, materiais e tantos danos físicos e psíquicos irreversíveis que geraram tanta dor e também tanto ódio. 
Para quem terá até ao final da vida África no coração, celebrar é amar, reconciliar e perdoar, um caminho nunca fácil de trilhar, mas é o meu! E talvez seja importante lembrar a quem se esqueceu que os danos não começaram só na descolonização... quantos séculos deles o povo, todo o povo sofreu...
Das quase Terras do Fim do Mundo onde primeiro vivi, até ao Planalto Central de Angola onde acabei de crescer e formar família, das cidades e lugares que conheci sei que de cada um deles um pedaço sempre estará em mim!
A saudade é eterna enquanto a memória e a vida deixarem e todas as coisas boas e bonitas desta terra, com tudo o que me deu e ensinou guardo para sempre no coração.
Alguém disse: "Todo o homem é meu irmão" pois, então, eu quero para cada um dos meus irmãos em África o mesmo que quero para mim. Casa, Pão, Habitação, Saúde e LIBERDADE de pensar, fazer e ser!
PARABÉNS, Angola por estes 50 anos e que o caminho futuro traga mais desenvolvimento e oportunidades para todos os angolanos e Angola e suba ao lugar que lhes pertence, por direito, no mundo!
Fotos que me foram oferecidas pelo Senhor José Tavares, infelizmente já falecido, e tiradas em 2012 em viagem a Angola, com passagem pela bonita cidade do Nova Lisboa - Huambo. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

SÃO MIGUEL, ARCANJO - Nosso Padroeiro

Da Igreja e da Aldeia
São Miguel é padroeiro
Arcanjo que aqui nos guarda
E também ao mundo inteiro
Na sua fiel balança
É pesado nosso pecado
Que nos retira do céu 
Se não houver desagravo.
Ao Arcanjo S. Miguel
Prestemos nossa devoção
Não esquecendo que é de Deus
A nossa Vida, Fé e Oração!
Mariita
Set 2025 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

TRISTEZA E LUTO 😥

Lisboa luminosa entardecia
no sereno vagar de mais um dia
sem saber que o seu brilho
num segundo se perderia
na ingreme calçada da Glória
onde a morte já descia.

Conversas e risos abruptamente cessados.
Sonhos desfeitos, vidas perdidas.
Olhares doridos de lágrimas marejados
feridas abertas e dura realidade
se abateu sem dó nem piedade
sobre o coração de tão bela cidade.

O Tejo estremeceu, quase parou.
A canoa, silenciosa, do cais não zarpou.
O arrais, na proa, chorou.
Desceu neblina das colinas, o Sol feneceu
e a cidade a "ponto luz bordada"
já vestida de mortalha adormeceu.

Lisboa em tragédia amanheceu
a luz esmoreceu perdeu fulgor
Setembro é já luto por quem morreu
e na alma eternamente gravada
amarga tristeza e infinda dor.

Mariita
Setembro 2025
🙏
A minha homenagem às vítimas do desastre do elevador da Glória e sentimentos de pesar a todas as famílias. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

A SINA QUE NOS PERSEGUE 😪

A sina que persegue este território tão bonito é o flagelo ciclo dos incêndios que regra geral começam sem causa aparente - fogo posto - ou "saltam" do cimo da serra já vindos de outras localidades. 
No ano de 2017 a serra já paticamente recuperara do incêndio anterior - cuja data não sei agora precisar - e não gostando de ver os "tufos" de eucalipto que já por lá pontuavam, inda assim a vista que as janelas e varanda da casa me oferecia era soberba e assim se manteve até Julho de 2020. 
Em Agosto de 2020, a janela do "meu mundo" mostrava-me a paisagem mudada com os estragos do incêndio de 29 de Julho que "varreu" as Barrocas do Muro e todas os outros locais à volta subiu a encosta e veio cobrir de negro parte deste pulmão verde. 
Infelizmente, não têm conta o historial de vezes que o fogo já aqui passou e destruiu a pouca riqueza de quem aqui vive e se esforça por manter este recanto com vida, resistindo heroicamente a cada adversidade.  Comove-me e devia ser compensado por isso! 
Sempre aqui houve incêndios - tal como noutros lugares à volta - mas num tempo em que não faltavam actvidades na floresta com pastores, resineiros, lenhadores e serradores. Tudo era usado e nada se desperdiçava pelo que não havia muita coisa para arder. Nos campos e caminhos da serra não faltava gente a cruzar-se num vai e vem contínuo desde os primeiros alvores até ao escurecer.
A aldeia era, pode dizer-se, densamente povoadas e as populações com os meios que tinham e o conhecimento empírico dos ventos conseguiam controlar com esforço e tenacidade os fogos que iam acontecendo - provavelmente naquele tempo mais por causas naturais como as trovoadas - até porque não havia bombeiros nem estradas que permitissem aqui a sua chegada.
Porém, o problema começou a agudizar-se a partir dos anos 80 sempre com consequências mais nefastas, mas nem assim, governos e autarquias se sentaram à mesa para gizar um plano a longo prazo de prevenção que visasse dar mais meios às juntas de freguesia para ajudarem a minimizar a destruição da floresta autóctone, as terras, culturas, animais, casas e garantir a segurança das pessoas.
Se as poucas e pobres terras da nossa família: Barrocas do Muro, Cadaval, Giesteira arderem tantas vezes que já não sei contabilizar, aos terrenos, olivais, vinhas e pinhais dos outros moradores tem acontecido ainda pior porque os campos estão cultivados, têm animais para alimentar e a há sempre um incontável número de colmeias destruídas sabendo nós a importância delas para todo o ecossistema e vida na terra. 
Esta Serra do Sobral ou das Três Beiras - nome que lhe assenta muito bem - enche-me o olhar já a vi vestida de negro várias vezes. Nunca -pelos relatos que me chegam- como desta vez em que vou levar "um murro nos estomago" quando abrir a janela. E, pior ainda, dentro de alguns anos a vegetação que a cobre ser cada vez mais "inflamável" e que já nada tem a ver com o verde pinhal e aquela encosta de olival cada vez mais sumida. 
Não sei, sinceramente, pelos limitados conhecimentos que tenho como dar a volta ao problema, mas sei que nas últimas décadas muitos estudos foram feitos, muitas opiniões dadas e sempre se enveredou pelo caminho mais fácil... monocultura e ainda por cima de eucalipto que se tem espalhado como uma "bomba" incendiária por todo lado dado que a sua propagação após os incêndios mais que triplica. E, quem nunca plantou, eucaliptos vê em cada ano as suas terras a cobrirem-se deles, sem qualquer garantia de rendimento, porque tudo vai arder de novo e ainda empobrecem mais as terras e as pessoas.
É certo que muitos de nós são culpados pelo abandono parcial ou total das terras, mas a verdade é que não há como não o fazer pela impossibilidade de tirar qualquer rendimento que permita pelo menos a sua manutenção.
Mas, se a floresta pode gerar riqueza e é um bem inestimável pelo oxigénio que fornece ao país inteiro e pode ajudar a minimizar os efeitos de estufa causadores das atrações climáticas dão origem a catástrofes cada vez de maior dimensão o que se espera para proteger a pouca VIDA que nos resta?
Como é possível que tenhamos atravessado décadas de tanta terra queimada tantas mortes todos os anos e com a tragédia de 2017 atravessada na alma e no coração, ainda não tenha sido posto em prática um PLANO com o envolvimento e responsabilidade de TODAS a forças políticas, bombeiros, protecção civil, câmaras, juntas de freguesia e quantos tenham as melhores ideias e soluções para, de uma por todas acabar com este flagelo. 
Não sei se ainda é tempo, mas que o tempo se esgota disso não tenhamos dúvidas. Importa que os responsáveis políticos, de uma vez por todas, se ponham no lugar do povo e venham ver as condições que cada aldeia ou vila tem para se defender do fogo. 
Até lá, por favor: Mais passar de culpas e acusações, NÃO!
Mais palavreado e discursos de ocasião, NÃO!
Mais comissões de inquérito, NÃO!
Mais leis que não servem para nada, NÃO!
Mais estruturas de comando que não se entendem, NÃO!
O verde que aparece nestas fotos desapareceu todo! AJAM porque o POVO está cansado de trabalhar para manter um país verde que fornece o vital oxigénio para cada um de nós sobreviver, mas tem como "paga" nos incêndios perder as culturas, os pomares, as vinhas, os olivais, pinhais, animais, as casas e muitas vezes a VIDA. 
Hoje é o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. Isso faz-me pensar que é preciso mesmo muita oração para que haja um milagre!

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

PARABÉNS, MÃE! ❤️

 
MÃE, parou o tempo!
Não mais envelhecerá
Mando-lhe o meu beijo no vento
E sei que ao céu chegará.

Não há mais festa na terra
Findaram os nossos abraços
Mas num cantinho da serra
Escuto ainda os seus passos.

Vejo-a sentada num banquinho
Aperta-se o meu coração...
Ouço a sua voz de carinho
E faz-me bem a recordação.

Parabéns, MÃE, por este dia
No esplendor da eterna luz
Em refrescantes águas de alegria
VIDA nova em CRISTO JESUS!

Mariita
22 Agosto, 2025

"Poemas Incompletos"

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

IMAGENS DE OUTRO DIA EM 2020

Imagens que não são muito diferente das que hoje infelizmente se veem em muitos locais e todos somos um pouco responsáveis por muito do que acontece.
Todos somos um pouco responsáveis por muito do que acontece, não temos a mínima ideia de como podemos resolver o problema, mas também somos especialistas em descartar as nossas culpas, usar determinada e feia linguagem, acusar tudo e todos é sempre o caminho mais fácil... e assim acontece para todos os quadrantes e cores conforme a alternância democrática vai ditando.
Podíamos ao menos dizer que vai sempre havendo gente que faz alguma coisa, talvez não dê é muito nas vistas. Outras vezes há quem queira e não consiga, se sinta desmotivado ou mesmo completamente desamparado e frustrado. Acontecendo ainda que as burocracias e leis entravam outras tantas resoluções e os sucessivos governos nunca vão ao terreno saber, ver e resolver, seja antes ou depois dos incêndios.
Porém, importa também saber que as pessoas - nos lugares que ocupam em Lisboa, em qualquer vila ou aldeia - são o elo mais importante de tudo isto e se algumas não quiserem encontrar soluções, tudo ficará sempre na mesma… 
Depois, o que já sabemos sobre o agravamento do clima, o abandono das terras, a falta de pastorícia, o desordenamento das florestas são causas e consequências. Mas nada pode desculpar os incendiários nem quem está por trás deles e mereciam castigo bem mais pesado. 
As ondas de calor que nos vários meses do ano se fizeram sentir e este Agosto agravado de calina, infelizmente, não tem indiciado nada de bom e trabalhar para o desagravamento destas alterações do planeta que destroem e matam revela-se cada vez mais uma miragem...
Por negação; conflitos armados; corrupção; negócios de tudo e mais alguma coisa; o consumo desenfreado; o estilo de vida a que todos nós aspiramos e ainda mais desejamos.
As viagens de carro, avião, barco... o ar condicionado... o frigorífico... os nossos gastos alimentares… de vestuário… etc…etc.. Pois é!!  Alguém pensa em moderar alguma coisa ou deseja voltar ao tempo que nós já conhecemos? 
É que convém não esquecer que é desta chamada sociedade desenvolvida e deste consumo que vem o trabalho e melhor vida. 
O planeta arde em todas as latitudes quando irá parar? Há muito mais a pensar e fazer do que a dizer… se não queremos que a humanidade esteja condenada a desaparecer é urgente encontrar um equilíbrio. 
Naturalmente que não se podem nem devem cruzar os braços e são precisas respostas de quem estuda, de quem sabe, de quem manda.  Sem dúvida que sim! Já ontem era tarde!
Importa é que quando chegam essas respostas sejamos capazes de as aceitar e limar diferenças para que se possam concretizar para bem de todos. Há caminhos, urge desbravá-los! 
Nota: estas palavras - "grito da alma" - surgem na sequência de no dia 10 de Agosto, um novo incêndio, com origem na localidade do Pereiro, ter varrido as encostas da Serra do Sobral. Neste momento desconheço ainda quais os locais exactos  que o fogo varreu, mas provavelmente este meu "lugar de abrigo" voltou a ficar no estado que as imagens documentam  em que tudo ardeu corria o ano de 2020.  Aguardo até me ser possível voltar a pisar aquele local na esperança que por algum milagre ele ainda esteja verde. 

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

AGOSTO INESQUECÍVEL

As imagens permitem-me viajar, mesmo sem sair do lugar, porque me recordam lugares que conheci e muitos momentos felizes que ali vivi e guardo no coração. 
É possível que já tenha publicado algumas mais bonitas e perfeitas do Lago Iseo, mas estas têm um significado especial e por acaso foram tiradas neste mês e neste dia tiradas bem longe daqui em 2011!
É possível que já tenha publicado algumas mais bonitas e perfeitas do Lago Iseo, mas estas têm um significado especial e por acaso foram tiradas bem longe daqui em 2011, neste mês e neste dia!
Olhar para uma fotografia é mágico pelo muito que revela e me faz voltar a viver. Como não hei-de gostar de fotografia?
Por mais vezes que visite o Lago nele encontrarei sempre motivos que me fascinam e fará sentido retratar.
Um dia, a partir destas e doutras fotografias contarei histórias aos meus netos que ficarão a saber como as suas vidas estão ligadas a estas imagens e sem elas ser-me-ia impossível contar em pormenor tanto momento bom.