Lisboa luminosa entardecia
no sereno vagar de mais um dia
sem saber que o seu brilho
num segundo se perderia
na ingreme calçada da Glória
onde a morte já descia.
Conversas e risos abruptamente cessados.
Sonhos desfeitos, vidas perdidas.
Olhares doridos de lágrimas marejados
feridas abertas e dura realidade
se abateu sem dó nem piedade
sobre o coração de tão bela cidade.
O Tejo estremeceu, quase parou.
A canoa, silenciosa, do cais não zarpou.
O arrais, na proa, chorou.
Desceu neblina das colinas, o Sol feneceu
e a cidade a "ponto luz bordada"
já vestida de mortalha adormeceu.
Lisboa em tragédia amanheceu
a luz esmoreceu perdeu fulgor
Setembro é já luto por quem morreu
e na alma eternamente gravada
amarga tristeza e infinda dor.
Mariita
Setembro 2025
🙏
A minha homenagem às vítimas do desastre do elevador da Glória e sentimentos de pesar a todas as famílias.
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