UM OLHAR DE AZUL SEM PAR

CONTRASTES DE INVERNO

Céu azul, o verde do pinhal, das sobreiras,  oliveiras e agora o amarelo das mimosas, são o belo contraste da paisagem num dia de Inverno, em Fevereiro.

Em fundo a serra e o povoado que na sua encosta se estende em cascata como se fosse uma cascata a "desaguar" na ribeira. 

É assim aldeia de Sobral de S. Miguel, bafejada por uma luz natural espantosa e em enquadramento perfeito com a natureza que a rodeia, é miradouro para olhar vezes sem conta e sem nunca cansar.

AS FLORES QUE JÁ MURCHARAM

"Os dias voam"! É uma frase que ouvimos recorrentemente e com inteira razão, pois sem nos darmos conta rapidamente se foi Janeiro e Fevereiro está mais de meio andando. 

Como em todos os anos, logo no seu começo, as belas magnólias desabrocham em flor e dão-nos a sensação que o mundo, por alguns dias, está muito mais bonito!

Quase não choveu nestes dois meses, o frio andou ali pela meia dúzia de dias, a neve foi escassa e começou uma Primavera antecipada, com as flores abriram devagar sem que a chuva as viesse estragar. 

O tempo até podia mudar e a chuva começar a desabar, que para as flores de magnólia não faria já qualquer diferença, por que seu momento áureo de beleza e glória já estava a desaparecer.

Se os homens olhassem para estas flores com sabedoria e inteligência e delas tomassem o exemplo, veriam como a beleza e glória da humanidade são também efémeros.

Prodigiosa a mãe natureza que nos presenteia, sem que haja muito merecimento da nossa parte, com estas e outras magnólias que enfeitam os nossos Invernos e aquecem o coração. 

AOS PÉS DE PENAMACOR

Onde é sempre bom voltar.

NOS CAMINHOS DA VIDA 😥

Nos caminhos que a vida me tem permitido percorrer constato que há, de facto, homens que vivem e morrem de pé, como muitas árvores.

Posso dizer que tenho tido o privilégio de conhecer, viver e aprender muita coisa com alguns deles. Ontem, com profunda tristeza, despedimo-nos de mais um.

O nosso caminho estreita-se e ficamos mais pobres a cada dia, sem árvores com troncos quem eram esteio e frondosa ramagem para nos abrigar.

Mais uma casa, outrora cheia de vida, fica agora vazia, silenciosa, com portas e janelas que se fecham e só muito esporadicamente se voltarão a abrir.

A pequena loja que dava algum movimento à rua, sem o seu timoneiro, encerra também aqui o seu ciclo de atendimento aos clientes e amigos. 

Aldeia do Bispo perdeu um dos seus melhores homens e nós um grande amigo.💗

Até um dia, Ti Joaquim Faustino. 🙏

No céu, a Senhora Maria o abraçará e juntos estarão na presença de Deus para todo o sempre. 

ENTRE PENAMACOR E O SABUGAL

Há viagens que acontecem sem que as tenhamos previsto, às vezes por circunstâncias bem tristes como foi o caso, e me fizeram voltar a uma estrada onde outrora passei vezes sem conta. Há quanto tempo aqui não passava e, confesso, já tinha saudades!

Estrada que liga Penamacor ao Sabugal e onde há melhorias visíveis em alguns locais, ainda bem! Constato que, sem dúvida, continua a ser uma das mais bem conservadas estradas onde tenho passado na região das Beiras.

A paisagem a revela-nos um pouco da Reserva Natural da Serra da Malcata. Todavia, os eucaliptos também estão a tomar conta desta serra e não sei se os Linces apreciarão esta mudança que me parece estar a dizimar as estevas. Eu não gosto! Faz-me falta ver a bela flor da esteba e sentir o seu aroma.

Felizmente, aqui e ali, vão pontuando alguns locais com bonitos pinheiros mansos que fazem a diferença e me dão esperança de que ainda há algum bom senso. 

Ainda não foi desta que o carro me levou à barragem do Meimão, onde existe uma Zona Balnear que possibilita todas as práticas balneares, para além de se poder optar por passeios de bicicleta, caminhadas ao ar livre ou pernoitar em bungalows.

E, quando numa curva da estrada olho para alguns dos belos exemplares de sobreiro e noutros lados subsistem alguns carvalhos que vão resistindo e se erguem imponentes sob o céu azul deste Inverno atípico, sinto que nem tudo está perdido em termos de floresta autóctone e, obviamente, fico muito feliz com isso.

FEVEREIRO A BRILHAR DE AZUL

E lá vou eu 

por caminho velhos.

Onde encontro

 túneis onde se vê o fim...

Uma ribeira 

que tem água da Fonte Boa.

A paisagem verde

que às vezes muda.

De moinhos sem pás..

que não conhecem o D. Quixote...

De campos com charcas sequiosas

à espera da dádiva do céu

Mas este seco Fevereiro, 

segue os passos de Janeiro. 😕