Sou filha de todas as madrugadas
No raiar do sol da serra
E na savana de outra terra.
Cá e lá, tanto aprendi, vivi e senti.
Guardo tudo na memória,
De nada me desprendi.
Ainda me dilacera a alma
Tanta dor e o sofrimento
Que em todos os povos vi!
Não, não esqueci,
Nenhuma dolorosa madrugada
De espera pelo marido, irmão,
Amigo, vizinho ou namorado.
Não, não esqueci,
Nenhuma mãe amargurada
E dos filhos à espera dos pais
Perdidos para sempre
Nos verdes e frondosos matagais!
(...)
Saibamos distinguir de Abril
O melhor que nos foi legado,
Como presente e passado.
No ressurgir de nova aurora
E no orvalho da manhã
Lave-se em cada dia o coração
De ressentimentos doentios
E quando de mal nele mora.
Fique apena o Perdão
O Amor, a Unidade,
Esperança e Fraternidade
Mariita
Abril 2024
Nota: o poema completo sairão, talvez um dia,
num qualquer livro.
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