"O seu a seu dono" - assim diz o ditado. Importa, por isso, respeitar todos os conteúdos que nesta página são publicados - citar a sua proveniência se usar - e não se apropriar indevidamente deles. BEM-HAJA!

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

MENINA, MULHER


Menina, Mulher,
Que o destino quer tolher.
Tantas vezes pisada,
Como frágil e pequena flor
Nos caminhos a percorrer.

Menina, Mulher,
Que não pode escolher.
Ó desventura e amargura
Fado em dó maior…
De ter nascido mulher!

Menina, Mulher,
Mãe, sempre a acolher.
Atravessa a vida, destemida.
Carrega fardos, finta o destino,
De sono leve e alma sofrida.

Menina, Mulher,
A quem ordenam o que fazer.
Acorda, não é tarde!
Luta, resiste, ergue a fronte
E nunca te deixes vencer!

MM
Nov 2020

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

 
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres celebra-se todos os anos a 25 de novembro, como forma de alertar para violência contra as mulheres, mas também contra os homens - ainda que em menor escala - é um flagelo que parece não ter fim. 

É preocupante que continue a crescer e a ser aceite pelas novas gerações como um comportamento "normal"... porque, dizem as vítimas: - é sinal de que ele (ela) gosta muito de mim...!!! 
Estranha e triste forma esta de gostar de alguém! 

Há mulheres que não conseguem ver-se livres do agressor por falta de capacidade financeira, dependendo dele para a sua sobrevivência e dos filhos, e ele sabe! Exercendo por isso represálias e todo o tipo de agressões quando alguma coisa não correr como ele quer.  

Este ano já morreram 30 mulheres, às mãos de homens, e vítimas da hedionda violência doméstica. Numa  sociedade dita civilizada... é revoltante! 

Que cada um de nós hoje, amanhã e sempre, "SEJA A MÃO QUE PROTEGE A VÍTIMA" - tal como diz o painel da autoria de Miguel Rato, que em 2012 ficou em 1º Lugar no concurso escolar "Arte Urbana Contra a Violência - Covilhã", com a finalidade de criar um mural sobre o tema da violência e que se encontra na cidade da Covilhã. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

DIA DA FLORESTA AUTÓCTONE

As sobreiras são árvores lindas, resistentes, de grande riqueza ambiental e porque gosto muito delas são a minha escolha para assinalar este dia. 
Riqueza das gerações que nos precederam e que certamente deram o nome à terra: Sobral! 
Hoje são uma pequena amostra, que se tornou mais visível nos últimos anos, pois as sobreiras e as azinheiras são duas espécies protegidas a nível nacional.
E, se outrora a cortiça era apenas usada em rolhas, mais tarde em pavimentos e revestimentos, hoje é um produto de excelência a que em boa hora os criadores de moda portuguesa deitaram mão, inovaram e criaram uma infinidade de produtos que hoje desfilam nas "passereles" de moda, com assinalável êxito em todo o mundo. 
Por estes dias fiquei a conhecer um novo produto denominado: Cork-A-Tex, a  mais recente aposta de uma empresa de Santa Maria da Feira, que com este produto inovador feito de desperdícios da cortiça fez nascer um novo fio têxtil que poderá ser aplicado em múltiplos sectores, desde vestuário a calçado, acessórios de moda e decoração.
Muitas e boas razões para voltar a apostar na plantação e conservação de sobreiras e com elas honrar o nome do Centro do Universo.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

CONTEMPLAÇÃO...

"Há um horizonte mais amplo, para lá da relação individual da minha existência: ficarei incompleto, alguma porção essencial de mim ficará por se desenvolver, se nunca tiver chegado verdadeiramente a confrontar o "meu breve vagar" com o "curso imortal".
"Contemplar é não apenas introduzir uma benéfica lentidão no nosso olhar. É também colher o tempo da vida como um tecido relacional, uma intersecção dialógica que dilata ao infinito o sentido da nossa existência."
Texto de D. José Tolentino de Mendonça

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

DIA MUNDIAL DA BONDADE, e como ela se pratica!

Pode parecer estranho, de certa forma, falar no Dia Mundial da Bondade e colocar aqui estas imagens de coisas boas e típicas da minha terra: Papas de Carolo; Queijo Cabra Fresco e Queijo de Cabra Curado. 
Pois bem, isto só acontece por que alguém com muita bondade e generosidade no coração me faz estas ofertas quando vou ao Centro do Universo! Motivo mais que suficiente para celebrar a bondade e agradecer de todo o coração a quem a pratica desta forma.
As Papas de Carolo levam canela, aqui aparecem sem ela por razões de alergia à dita, e também porque pode ser posta no prato de cada um. O queijo com a bonita cor do pimentão, quando mais curado (seco) dá origem ao chamado "queijo corno"! Tudo o aqui exposto é simplesmente delicioso. Era importante que se criassem incentivos e dessem ajudas a quem luta pela preservação destas iguarias únicas - principalmente o queijo - e que estão em vias de desaparecer. 

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

A FESTA, SEM FESTA

Hoje, lá longe, 
No meu kimbo
 Se faz grande festa.
E eu corro para lá
A toda a pressa,
Antes do Sol nascer
Para o ver resplandecer
Em aurora de novo dia,
De liberdade e Alegria!

No caminho de terra batida
Já escuto com emoção
O som ritmado do batuque
Alvoraçando meu coração.
E vejo meninos correndo
Em frenético reboliço
À volta de uma fogueira
Festejando nova Nação!

Da vizinha sanzala virá gente,
Da vila e da cidade também.
Há pirão, peixe seco,
Galinha com molho de déndem 
Churrasco, manga e pitanga.
Venham! Venham!
Que não falte ninguém!

Todos sorrindo, bailando
Comendo, matando a sede.
Mais um trago de cachipemba.
Pobre, não tem emenda… 
E sempre cai na rede
De sentir alegria e magia,
Enganando a tristeza,
Se tem migalhas na mesa!

Há flores, muitas flores, 
De variadas cores,
Que bem cedo um seculo colheu,
E ali ofereceu às belas cafecos, 
De tranças negras e panos garridos,
Que bamboleiam as ancas,
Ao ritmo do merengue,
Dengosas, atrevidas, 
Oferecem sorrisos!  

De mansinho
A noite cai sobre a savana.
O Sol esconde-se no horizonte,
O kimbo volta à sua calma.
Cala-se o batuque, o silêncio mói.
Olho o céu estrelado, infinito, amado,
Definha a esperança, o coração dói.
Reina a tristeza... o sonho voou.
Desprende-se uma lágrima.
A festa acabou... 

MM
Nov. 2020  

Nota: significado de algumas palavras menos conhecidas - kimbo: aldeia; cachipemba: tipo de aguardente; cafecos; raparigas. 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

UVAS, LINDAS UVAS

Diz quem sabe destas coisas 
Que uvas brancas são ouro.
Mas eu digo: que as tintas
Completam o tesouro!
Imagem maravilhosa
De belas uvas para cortar
Com amor e delicadeza
E não sem antes as provar!
E a nossa pedra de xisto
Que à videira serve esteio 
Ali está como outrora
A ampara-la sem receio.
Que eu veja enquanto for viva
Esta imagem abençoada
Da pequena vinha que resiste
E por meu pai foi plantada!
MM
Novembro 2020

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

CORES MARAVILHOSAS

De tons beije, castanho e verde matizados
em muitos recantos alcançados.
No Outono, nas folhas e nos frutos, 
as mais belas cores e atributos.
Imponentes latadas
e belas uvas penduradas!
Brancas ou tintas
quais as mais distintas?
É assim o belo Outono.
Nada em desabono!

UMA PEQUENA FLOR DE AMOR

E bela cor amarela, aqui fica nesta segunda-feira para alegrar a semana, e com muita GRATIDÃO a 💗todos os profissionais de SAÚDE, que nestes tempos tão difíceis são o esteio em que mais confiamos, pelo trabalho de abnegação e solidariedade que fazem em cada dia. 

sábado, 7 de novembro de 2020

"À PROCURA DE UM SENTIDO"

Ao Centro, em terras da Beira da Interior.
Com Portugal no coração.
Percorrendo estradas de boas rectas
mas também com curvas acentuadas.
Paro! E aqui vejo desamparo e tristeza,
que é personificação do mundo em que hoje vivemos.
O caminho tem de continuar e 
estou agora bem perto de chegar. 
Ao meu aconchego, à minha terra, 
o meu berço, onde sempre quero voltar.
E as árvores lá estarão, 
em qualquer estação, para eu apreciar.
 
E é assim que encontro o sentido
para tudo quanto tenho vivido! 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

500 ANOS DOS CTT

É, sem dúvida, uma data marcante! E para assinalar a efeméride fui buscar TELEGRAMAS ao meu álbum de recordações! 
Há muitos anos era o meio privilegiado para o envio de mensagens curtas e importantes, que se queriam rapidamente no destino.
Quantos de nós terão recebido telegramas a desejar felicidades, a dar boas mas também notícias. 
As gerações actuais não fazem ideia de como era esta forma de comunicar, mas que marcou um época e foi fundamental em muitas situações.  
Um bom dia para pensar, não em enviar telegramas porque já não é possível, mas, quem sabe, escrever uma carta ou mandar um postal, voltando um pouco ao tempo em que receber notícias dessa forma nos dava imensa alegria. 
Há quanto tempo não fazemos isso? 

SOMBRAS...

São assim, com sombras,
os caminho de Novembro.
Mas não deixam de ser belos
nas suas novas cores.
Nas folhas das árvores
que se desprendem e ladeiam o caminho.
E à nossa passagem
voam ligeiras para a outra margem.
Bem-vindo, Novembro! 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

JARDINS DE SILÊNCIO E ORAÇÃO

Dia de Todos os Santos e Fiéis Defuntos, são dias em que tradicionalmente muita gente se desloca aos cemitérios para prestar homenagem e rezar por todos os familiares. Este ano, devido a contingências impostas pela Covid-19, não será assim. E, por isso, para quem crê, mais do que flores, faz mais sentido rezar e meditar o texto bíblico: "Ressurreição de Lázaro" de onde foi tirado o versículo bíblico do evangelista São João, que encima este belo painel de azulejos da porta do cemitério de Ovar. 
O título que acompanha estas imagens: "Jardins de Silêncio e Oração" pareceu-me adequado, pois é o que para mim deveriam ser todos os cemitérios. Aqui sente-se essa atmosfera logo nos jardins que fazem parte do adro da Igreja Matriz de Ovar, e emolduram o caminho que leva ao cemitério.
Percorridos alguns metros deste caminho propício ao silêncio e à meditação, deparamos com várias esculturas que se abrem para o céu, sendo a primeira as “As Mãos de Deus”, a segunda "A Luz do Mundo", terceira "A Mão de Jesus" e a quarta "Ressurreição e Ascensão de Jesus".
Este trabalho da autoria do artista vareiro Marcos Muge foi elaborado de acordo com a sua descrição de "uma visão", depois de no dia 19 de Janeiro de 2013 ter visto os 4 cedros centenários que se impunham no adro de entrada do cemitério de Ovar, nas traseiras da Igreja Matriz, partidos após uma ventania medonha que varreu Ovar e o país inteiro. 
A obra completa-se com dois originais painéis de azulejo - fazendo brilhar arte da azulejaria tão querida da cidade - com "os Anjos Grandes em cima das Mãos de Deus", ambos com inscrições bíblicas.
Aqui, e não obstante o cemitério estar quase "encravado" entre prédios citadinos, o desenho do jardim e a simbologia das esculturas remetem-nos de imediato para o transcendente. 
Dentro de cemitério é como em todos os outros... "ao gosto"... o que é pena! Não menosprezando o que foi feito com os jazigos antigos, nada se perdia se os cemitérios, hoje, tivessem menos ostentação, mau gosto e flores de plástico. A simplicidade devia ser adoptada em cada "Jardim de Silêncio" com campas em relva, flores naturais, apenas com a identificação e uma cruz, se fosse desejo manifestado em vida, de quem lá dorme o sono eterno.
 
"Acontecerá nos últimos dias – é Deus quem fala –, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão." (Atos  2,17)