segunda-feira, 2 de novembro de 2020

JARDINS DE SILÊNCIO E ORAÇÃO

Dia de Todos os Santos e Fiéis Defuntos, são dias em que tradicionalmente muita gente se desloca aos cemitérios para prestar homenagem e rezar por todos os familiares. Este ano, devido a contingências impostas pela Covid-19, não será assim. E, por isso, para quem crê, mais do que flores, faz mais sentido rezar e meditar o texto bíblico: "Ressurreição de Lázaro" de onde foi tirado o versículo bíblico do evangelista São João, que encima este belo painel de azulejos da porta do cemitério de Ovar. 
O título que acompanha estas imagens: "Jardins de Silêncio e Oração" pareceu-me adequado, pois é o que para mim deveriam ser todos os cemitérios. Aqui sente-se essa atmosfera logo nos jardins que fazem parte do adro da Igreja Matriz de Ovar, e emolduram o caminho que leva ao cemitério.
Percorridos alguns metros deste caminho propício ao silêncio e à meditação, deparamos com várias esculturas que se abrem para o céu, sendo a primeira as “As Mãos de Deus”, a segunda "A Luz do Mundo", terceira "A Mão de Jesus" e a quarta "Ressurreição e Ascensão de Jesus".
Este trabalho da autoria do artista vareiro Marcos Muge foi elaborado de acordo com a sua descrição de "uma visão", depois de no dia 19 de Janeiro de 2013 ter visto os 4 cedros centenários que se impunham no adro de entrada do cemitério de Ovar, nas traseiras da Igreja Matriz, partidos após uma ventania medonha que varreu Ovar e o país inteiro. 
A obra completa-se com dois originais painéis de azulejo - fazendo brilhar arte da azulejaria tão querida da cidade - com "os Anjos Grandes em cima das Mãos de Deus", ambos com inscrições bíblicas.
Aqui, e não obstante o cemitério estar quase "encravado" entre prédios citadinos, o desenho do jardim e a simbologia das esculturas remetem-nos de imediato para o transcendente. 
Dentro de cemitério é como em todos os outros... "ao gosto"... o que é pena! Não menosprezando o que foi feito com os jazigos antigos, nada se perdia se os cemitérios, hoje, tivessem menos ostentação, mau gosto e flores de plástico. A simplicidade devia ser adoptada em cada "Jardim de Silêncio" com campas em relva, flores naturais, apenas com a identificação e uma cruz, se fosse desejo manifestado em vida, de quem lá dorme o sono eterno.
 
"Acontecerá nos últimos dias – é Deus quem fala –, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão." (Atos  2,17)

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