DIA DOS IRMÃOS

Mais um dia para nos lembrar a família, o que é sempre bom, e para mim é uma bênção ter um irmão!

Contudo, na meninice eu não era lá muito meiga com ele, e na adolescência tivemos grandes desaguisados até que tudo serenou, quando ele me fez entender que não era mais o menino tímido a quem eu fazia "judiarias" e até batia! 

E, naturalmente que a vida se encarregou de me mostrar o quanto o meu irmão é importante para mim, não só pelos laços de sangue, mas por tudo o que vivemos juntos, e pela fraternidade que sempre nos ligará.  

A imagem mostra-nos num dos recomeços da nossa vida, ali bem perto do Namibe, o deserto mais antigo do mundo, no dia em que ele chegou a Angola. 

Depois, quantas voltas a vida deu, e quantas mais ainda dará! 

ÁFRICA "MINHA" I

Na sombra do embondeiro - ÁRVORE SAGRADA - símbolo de muitos países africanos, para comemorar o Dia de África que se celebra a 25 de Maio. 

África é um vasto continente, e dele tive o privilégio de conhecer apenas uma pequena parte de um grande país - Angola - que hoje aqui recordo com imagens de um amigo, que gentilmente mas cedeu, e tiradas em viagem àquele país em 2012.

Esta é também uma forma de homenagear o Sr. José Tavares, pois infelizmente já não se encontra no mundo dos vivos. Mas, a sua paixão pela terra onde nasceu e de onde teve de sair, como tantos outros, apesar de tudo manteve-se inalterada. 

Quando regressou desta viagem partilhou histórias e memórias e um sentimento de profundo amor à sua raiz africana, enaltecendo tudo quanto de bom estava feito, mas também apontado muitas outras de profunda injustiça que, afinal, a independência não resolveu, antes agravou. 

A minha intenção, desde sempre, é que a maior parte das fotografias aqui publicadas sejam minhas. Essa ideia mantém-se, mas é certo que haverá sempre excepções, e esta é uma delas, já que não me é possível fotografar este território. 

Como as imagens são o melhor registo que se pode desejar, com poucas palavras, aqui deixo um pouco da essência angolana captada pela lente do Sr. Tavares, entre de terras entre Luanda; Bié; Huambo; Huíla; Lucira e Moçâmedes.

Se  as pedras falassem quanto poderiam contar do que viram e ouviram nestes muitos anos em que aqui deixamos de passar... 

Com tempo e se a vida deixar... outras imagens irei publicar de acordo com o que o coração ditar e a inspiração proporcionar pois há tanto para ver e recordar... e, quem sabe, talvez até falar! 

Fotos de José Tavares 

 Angola 2012

SENTIDA HOMENAGEM

Carminda do Carmo Pinto

26/03/1967 -  27/05/2021

SENTIMENTOS e PALAVRAS 💗

Vida suspensa, nublada,

De dor no peito latente

Que o terno olhar gritava.

Às vezes parecia dormente…

Mas alma amargurada

É sofrimento que não mente.

Dor da alma é maldição,

Tristeza, desassossego.

E poucos sentem compaixão

De um coração sempre tão negro,

Que não sabe contar a razão,

Da atroz dor e solidão.

E os dias seguem vazios, perdidos 

Em noites de sombras e ilusão,

Na procura de carinho, 

Amor, ternura, compreensão.

Para gizar novo caminho,

Que dê aconchego e protecção.  

Mas tudo segue igual,

Anos a fio sem mudança.

Há um grito calado... 

O coração perde a esperança.

Quebra-se o último fio…

Nada mais resta… é o vazio! 

Que podem hoje valer

As palavras e as rosas

Para quem viveu a vida

Desprovida de toda a sorte?

“Quem as não teve na vida 

De que lhe servem na morte?”

Que mais poderei eu dar

Se não palavras e rosas?

É quanto tenho para ofertar

Com sentimento de pesar

Por já não te poder ajudar.

Que os anjos te abram o caminho

E te levem até Deus, que é amor.

Na sua infinita compaixão, 

Ele te estenderá a mão.

E é certo que terás no céu,

A paz e o amor 

Que a vida terrena te não deu!

Descansa em paz. 🙏

BIODIVERSIDADE

Maio é talvez o mais bonito mês do ano pela diversidade de flores, cores e aromas, mas é também o mês em que muito se fala de biodiversidade, por se comemorar a 22 de Maio o Dia Internacional da Biodiversidade

E, ao olhar estas imagens, vejo como importante falar da natureza e de tudo quanto ela significa para a vida e bem-estar da humanidade. 

A palavra biodiversidade só há poucos anos começou a entrar no nosso ouvido e refere-se às inúmeras espécies de seres vivos que habitam num ambiente.

Em sentido mais amplo, o conceito de biodiversidade, alude à variedade de espécies existentes no planeta Terra. E estas imagens são uma pequena amostra da riqueza que existe à volta do Centro do Universo!

Na verdade, todos conhecemos muitas destas maravilhas, e mesmo não sabendo os seus nomes botânicos, científicos ou populares admiramos a sua beleza, fragrâncias e todos os anos esperamos por elas. 

O abandono das terras pelos mais diversos motivos, mas também pela falta de incentivos e condições para delas tirar rendimento, leva todos os anos à catástrofe dos incêndios com a perda de muitas espécies.

Porém, a resiliência da natureza é sempre uma lição, e quando tudo arde, seja por isso, ou porque a terra está "limpa" há espécies que é possível observar de perto, como aconteceu este ano os "raposinhos" e algumas orquídeas selvagens!

Assim, o tempo leva a uma regeneração, e sabemos que há plantas, flores, árvores... que voltam a rebentar e cumprirão o seu ciclo natural de vida. Porém há outras que poderão extinguir-se dando lugar a plantas invasores trazidas pelos pássaros ou pelo vento.

Muitas iniciativas se vão tomando no sentido de que todos tomem consciência da gravidade em que nos encontramos, de que as alterações climáticas são a face mais imediata e visível, com as dramáticas consequências que ano após se agravam.

O Papa Francisco tem sido uma voz incansável na luta pela ecologia, respeito pela natureza e meios de subsistência sustentáveis. A sua Encíclica "Laudato Si´" foi e é um grito de alerta para quantos detêm as diversas formas de poder e podem mudar a forma como estamos a delapidar a natureza. 

Atenção especial para todos os cursos de água, que ficam poluídos pela destruição das florestas com os fogos. E, se não podemos sobreviver sem a natureza, a água que dela faz parte é o elemento crucial para a sobrevivência humana. 

Respeitemos a natureza, cuidemos dela em todas as suas formas, para que os caminhos que nos levam ao mar, aos vales, monte e serras se recomponham na sua diversidade e beleza. Será, sem dúvida, a melhor herança que podemos deixar às gerações futuras. 

BELAS ROSAS VERMELHAS

Nada melhor que rosas

perfumadas e formosas 

Para alegrar o coração

e perpetuar a paixão!

E na calçada do "quebra costas"

há lindas rosas expostas!

Que fazem a ladeira airosa

e cheira a perfume de rosa!

FLORES VERMELHAS DA PRIMAVERA

Porque há festas

que serão sempre vermelhas!

E com queijo, pão e vinho...

que luxo, que mimo!

Que as flores vermelhas

continuem a enfeitar caminho!

EM DIA DE PENTECOSTES

Partilho imagens da bela Capela de São Caetano, Paróquia de São Pedro de Vilar do Paraíso, onde participo na Eucaristia, com as palavras sempre assertivas do Papa Francisco, dista neste Dia de Pentecostes.

Abramos também hoje nossos corações ao dom do Espírito Santo, que nos faz sentir toda a beleza e verdade do amor de Deus em Cristo morto e ressuscitado. E impele-nos a sair, a testemunhar este Amor que sempre nos precede com a sua misericórdia.

o Espírito Santo sugere: "vive no presente’; no presente, não no passado nem no futuro”. “O Espírito lembra-nos a graça do presente. Não há tempo melhor para nós: agora e aqui onde estamos é o único e irrepetível momento para fazer bem, fazer da vida uma dádiva. Vivamos no presente”.

O DAVID (Ginjas) FAZ ANOS!

Parabéns, amigo!💗
Felicidades e continuação de muitos e bons anos.

Para quem conhece o David sabe que é fácil "apanha-lo" na Ponte e no "O Ferrolho (o Ginjas)" mas não fora de lá. Por isso, deixo esta lembrança de um momento raro, mas em que por uma nobre causa saiu da Ponte e rumou ao "nosso" Barreiro!

Foi muito bom vê-lo aqui, recordar a meninice e a casa dos pais ali ao lado, com tantos irmãos e mais eu (adoptiva) para ajudar a comer os feijões com couves!

A casa dos pais o David - Ti Justina e Ti Pedro - será sempre para mim um lugar de afectos, de boas e inesquecíveis memórias e com uma família de coração. 

A ROSA NO RECANTO

Às vezes, nas minhas andanças, revisito recantos de que guardo gratas memórias, porque me sinto saudosa das pessoas que nem sempre aqui estão, e de outras que infelizmente já não voltarão. Sento-me em qualquer degrau e ao pensamento vêm-me as conversas e histórias aqui contadas e, sem perceber como, sinto a presença e oiço a voz de quem recordo. 

O doce murmúrio da ribeira embala esta sensação de, mesmo com tudo fechado, e sem viva alma que por mim passe, não me sentir só. E, o sol que na tarde declina, na sua infinita beleza, ameniza a minha tristeza e confere um tom dourado à nesga da paisagem que coroa este quadro.

Depois, detenho-me nas perfumadas rosas, belas e viçosas que parecem querer elevar-se ao céu. Então, dou por mim a pensar, que este cuidado das rosas será simplesmente para homenagear quem já aqui viveu. E estou em crer que conseguem!

MEMÓRIA E SAUDADE 💗

Parece que foi ontem e são já 17 anos de ausência! 🙏

Porém, não desvanecem a sua memória e presença constante na nossa vida.

 

Neste dia de saudade, a nossa oração pelo seu eterno descanso, junto de Jesus e sob o manto da Mãe.

Nossa Senhora, de quem era devoto, que visitava muitas vezes em Fátima, como de resto aconteceu quando foi captada esta imagem, em Abril do ano de 1967, em que a Basílica de Nossa Senhora do Rosário ainda não tinha nenhuma estrutura na sua frente. 

HÁ UMA PALHEIRA CENTENÁRIA

A palheira é já do tempo dos meus avós, pelo que, seguramente deverá ter mais de 100 anos. A videira é mais recente, terá cerca de 40 anos e foi meu pai a plantá-la.   

Sem dúvida que foi uma excelente ideia, pela beleza que dá a este casinha, vulgarmente aqui chamada a -palheira-, onde se guardava a palha para o gado, que se abrigava na loja (corte), e todos os utensílios para a agricultura e alimentação diária, no Verão, em que também aqui se dormia.

O fogo já aqui rondou duas vezes em cerca de 20 anos, mas, felizmente, palheira e videira apesar de alguns estragos permanecem de pé e são para mim um símbolo de resistência. 

O tempo de podar as videiras já passou, mas como não foi possível vier cá no tempo certo, arriscou-se agora a poda!

Estou em crer que a videirinha, apesar de todo o improviso, e de já não ser o tempo de andar a dar-lhe tesouradas não irá "enjeitar" os cachos!

E, claro, é sempre bom apreciar o trabalho feito, e se virmos bem, até parece que a videira tem mais um rebento! No Verão havemos de colher uvas!

Agora, olhando tudo limpo e asseado, sento-me aqui a remoer a saudade no sereno e doce entardecer do dia. Todas as recordações e memórias aqui vividas voltam à mente e tudo se torna tão real, tão presente!

Estas portas de madeira e estas pedras que a toda a espécie de intempéries têm resistido, serão sempre a minha maior e melhor referência para vida. 

Mas, apesar da saudade, há uma alegria infinita no coração e um agradecimento a Deus, em oração, por me ter dado a avó Ana, que me permitiu viver aqui o melhor de mim na beleza e pureza da infância.