domingo, 16 de maio de 2021

O MEU PARAÍSO REVERDECE

Depois da negra e triste paisagem que em 2020 o fogo aqui deixou, há de novo o enfeitar dos caminhos por parte da generosa natureza, que volta a presentear-nos com a sua beleza. 
Naturalmente que as silvas e uma profusão enorme de fetos são as espécies em mais abundância, mas há também uma imensa variedade flores que tornam a paisagem num verdadeiro arco-íris. 
O Inverno e Primavera chuvosos trouxe o “tempero” certo para que os campos voltassem aos seus verdes luxuriantes e atapetados, contrastantes com a bela pedra dos muros que as terras seguram.
Pelos vestígios que encontrei, atrevo-me a dizer que despontaram por aqui flores que as ervas daninhas durante anos não deixaram ver, como é o caso dos "raposinhos" e que este ano ficaram visíveis aos olhos de quem passa, mas com pena minha já não foi possível ver-lhes a flor.
No entanto, dou graças a Deus por tudo o que me foi dado ver, e constatei por exemplo que flores como o "suga-mel", a "marcela", os "cravos-satorranhos" e outras que nem sei o nome…  estavam bem mais viçosas e bonitas!
É interessante ver que as flores de cor dominante são amarelas, eu fico a pensar que a natureza é perfeita e de uma generosidade sem limites, depois de tudo, pois dá-nos de presente tanta beleza, em cor amarela, que é a cor de agradecimento! 
Se há lições a tirar, esta da vegetação autóctone devia ser sempre uma delas! Os medronheiros, depois do fogo tão agressivo aqui estão de volta a regenerar-se e, não tarda, voltarão a ter medronhos. Com alguma sorte ainda os vou provar!
Com a imagem mostra, há ainda muitos vestígios do que ardeu, pois os pinheiros não rebentam de novo e também não há condições financeiras da parte dos proprietários para proceder à sua limpeza total. O que infelizmente vai fazer com que dentro de um ano tudo esteja tomado por giestas, silvas e outros matos, levando à saga co costume. 
Este caminho, que é público, há anos que precisa de um arranjo, mas estando numa região em que não há recursos da parte do poder local dificilmente isso acontecerá. O que é pena, pois é um bom caminho de montanha e poderia ter um percurso marcado de caminhada, entre Sobral de S. Miguel, Pereiro... Aguardo que me saia a lotaria e não me importarei nada de o mandar arranjar! 
Os medronheiros que o amigo Zé Gabriel limpou, estão em bom desenvolvimento, e o castanheiro que aparece no centro da imagem está a rebentar de novo, bem como um pessegueiro que há um pouco mais adiante. Plantar mais castanheiros seria bom, mas como manter depois tudo limpo ao preço que é preciso pagar para tal empreitada?
Sei que enquanto nós aqui pudermos vir, mesmo com poucos braços para esta "jorna" que é dura - e a idade que também já não é recomendável para estas andanças - ainda limparemos os "muros da vergonha", como dizia minha mãe. Depois... O futuro a Deus pertence!
Assim, vamos agradecendo a ajuda preciosa do Zé Gabriel que com a moto serra limpa os medronheiros, e nós contentamo-nos em conseguir limpar o caminho para chegar à fonte da água fresquinha que escorre pela fraga abaixo. 
Assim, vamos agradecendo a ajuda preciosa do Zé Gabriel que com a moto-serra limpa os medronheiros, e nós contentamo-nos em conseguir limpar o caminho para chegar à fonte de água fresquinha que escorre pela fraga abaixo.
Aqui transformada em bica de água, em mais um engenho da arte do amigo Zé Gabriel!
Aqui, sob este céu azul detenho-me a olhar. Parece-me que o tempo não passa nestas terras altaneiras e soalheiras com vista até ao Fundão, e cobertas por esta paisagem de serras sem par, onde a Gardunha, lá ao fundo, se vê a espreitar! 
Este é o “meu” paraíso! O meu canto e encanto, a deixar-me os olhos rasos de verde a despontar e a enfeitar os caminhos por onde tenho de passar. É, sem dúvida, o melhor alento para de novo aqui voltar! 

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