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segunda-feira, 17 de maio de 2021

HÁ UMA PALHEIRA CENTENÁRIA

A palheira é já do tempo dos meus avós, pelo que, seguramente deverá ter mais de 100 anos. A videira é mais recente, terá cerca de 40 anos e foi meu pai a plantá-la.   
Sem dúvida que foi uma excelente ideia, pela beleza que dá a este casinha, vulgarmente aqui chamada a -palheira-, onde se guardava a palha para o gado, que se abrigava na loja (corte), e todos os utensílios para a agricultura e alimentação diária, no Verão, em que também aqui se dormia.
O fogo já aqui rondou duas vezes em cerca de 20 anos, mas, felizmente, palheira e videira apesar de alguns estragos permanecem de pé e são para mim um símbolo de resistência. 
O tempo de podar as videiras já passou, mas como não foi possível vier cá no tempo certo, arriscou-se agora a poda!
Estou em crer que a videirinha, apesar de todo o improviso, e de já não ser o tempo de andar a dar-lhe tesouradas não irá "enjeitar" os cachos!
E, claro, é sempre bom apreciar o trabalho feito, e se virmos bem, até parece que a videira tem mais um rebento! No Verão havemos de colher uvas!
Agora, olhando tudo limpo e asseado, sento-me aqui a remoer a saudade no sereno e doce entardecer do dia. Todas as recordações e memórias aqui vividas voltam à mente e tudo se torna tão real, tão presente!
Estas portas de madeira e estas pedras que a toda a espécie de intempéries têm resistido, serão sempre a minha maior e melhor referência para vida. 
Mas, apesar da saudade, há uma alegria infinita no coração e um agradecimento a Deus, em oração, por me ter dado a avó Ana, que me permitiu viver aqui o melhor de mim na beleza e pureza da infância.

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