segunda-feira, 31 de agosto de 2020

PINCELADAS DE TRISTEZA

Eis o cenário negro e desolador que me enche de mágoa ao abrir a janela em cada manhã. Tão triste e diferente do que era há um mês.
O verde, que felizmente ainda escapou, emoldura as casas de xisto que fazem parte da paisagem, e é reconfortante para o olhar.
Com a humidade das noites, em breve mais frescas, e as primeiras chuvas de Outono - que espero não sejam fortes para não haver deslizamento de terras - vão permitir a regeneração da natureza. Mas é certo que nada será igual! 
Já escrevi -porque constato essa realidade- a paisagem muda em cada incêndio. E, para não deixar piorar, era crucial replantar mais sobreiros, medronheiros, talvez castanheiros e oliveiras, não permitindo o avanço dos pinheiros e principalmente de eucaliptos.
As hortas, uma riqueza do ponto de vista alimentar, e a mancha de sobreiros que aqui se vê, são a grande beleza deste paraíso, que devia ser replicada a toda a volta da aldeia porque constituem uma barreira importante na progressão do fogo. 
Precisa-se de gente que pense e ajude na sustentabilidade deste território e das suas gentes, que não podem viver só de promessas e sob um céu intensamente azul, apesar de bonito e digno de menção!

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