A COR DA DOR
Triste o dia amanheceu,
Há corações em angústia
A recordar quem pereceu
E seus sonhos não viveu.
Levanto os olhos ao céu,
Ergo as mãos em muda prece,
Sinto lágrimas a bailar
Mas não sei como rezar…
Vem a revolta e o desalento
E por um breve momento
Imagino um negro sonho
E logo vou acordar.
É porém realidade
Amarga, nua e crua,
E o caminho percorrido
Que em desatino reverdece
Cheira a cinza e morte
E ninguém se compadece!
Há promessas e abraços
De impantes senhores doutores
Vindos daqui, dali e de acolá
Que disfarçam os embaraços
Na conversa de circunstância
Triste destino de um povo
Que definha sem piedade
À espera de soluções
Que dêem flores e fruto,
Mas alivia a consciência
Em pungentes orações
MM
Junho 2019
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