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segunda-feira, 15 de julho de 2019

FICAM AS MEMÓRIAS E RECORDAÇÕES

A minha singela homenagem ao Ti Zé Brás
O Ti Zé Brás, ainda meu familiar e vizinho quando eu era menina, deixou-nos para sempre, e perdemos um homem que no Sobral acompanhou várias gerações de sobralenses, viajantes ocasionais ou estudantes, que na camioneta de carreira por ele conduzida, rumavam do Sobral à Covilhã ou vice-versa.

Houve, por isso, nestes dias, muita gente a recordar o acolhimento, paciência e simpatia com que o Ti Zé Brás da “carreira” fazia cada viagem e na qual punha todo o seu empenho e profissionalismo.
Eu, confesso, pouco me lembro do tempo em que ele ainda morava com os pais na pequena casa cujo telhado de lousa "batia" então na "nossa" rua. Também não tenho imagens desse tempo da Giesteira onde somos vizinhos, e creio que terei viajado com ele apenas três vezes ou quatro vezes na década de 70. Com filhos pequenos a requerer toda a atenção, era o meu pai que com ele conversava toda a viagem, de que já era cliente assíduo nos dias da semana.

A minha memória do Ti Zé é de tempos mais recentes, quando ele enchia o nosso palheiro da Giesteira de sacos de pinhas, e que nas idas até Idanha-a-Nova, onde estudava o filho Fernando, fazia o grande favor de levar uma bela carrada de sacas cheias delas para Aldeia do Bispo, terra sem pinhais à volta, e onde aquelas tanto jeito faziam para acender a lareira e amenizar os Invernos gelados da casa paroquial onde meu tio habitava.
A visita do primo Zé à Aldeia era sempre muito esperada e agradecida, pois todos beneficiamos desse grande gesto generosidade, bem como de com a sua esposa, também já falecida, terem sido guardiões da nossa Giesteira.

Quando a idade, doença e dependência se fizeram sentir, o Ti Zé Brás e minha mãe passaram a viver na mesma casa, onde se juntam família de sangue e de afectos - Associação Sobral São Miguel - onde o encontrávamos sempre cheio de vontade de conversar, lembrar os muitos momentos vividos com a nossa família e que a sua boa memória ainda retinha.

Em sua homenagem deixo estas singelas palavras, um lírio do nosso jardim que fica defronte à casa da sua infância e o palheiro da Giesteira, que ele enchia de pinhas, pelo significado da atenção e cuidado para com o próximo - que esta semana a “parábola do bom samaritano” nos vem lembrar – e que o primo Zé Brás tinha. 
Por essa prática, e todas as que teve de amor ao próximo, tenho a certeza, alcançou a vida eterna.

Até um dia!

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