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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

E TUDO O FOGO LEVOU

Assim aconteceu aqui, no passado dia 29 de Julho, queimando este nosso “paraíso verde”, e que ainda à pouco mais de 15 dias tinha fotografado. 
Ciclicamente, e quase sempre por mão criminosa, o fogo, fustigado pelo vento varre os nossos caminhos, e em poucos segundos faz em cinzas todo o verde dos poucos castanheiros, pinheiros e medronheiros que compõe a nossa floresta.
Não raras vezes, entra-nos pelas portas, destruindo palheiros que abrigaram o gado, o pasto, sementes e, muitas vezes, os nossos bisavós, avós, os nossos pais e a nós nos quentes verões das colheitas.
Nos últimos 25 anos, este é o segundo incêndio que aqui lavrou de forma violenta, deixando um rasto de negro que faz doer a alma e coração.

Não vou aqui analisar as muitas causas deste flagelo de que todos nós temos culpa. Mas, a verdade, é que ninguém nos pode culpar de querer fugir à miséria e até à fome, procurando uma vida melhor e diferente da que tiveram os nossos pais e avós.
As serras e a sua vegetação são ecossistemas únicos e imprescindíveis ao ser humano, e, como tal, têm de ser preservados para bem de toda a humanidade. Isso só será possível com ajuda financeira devidamente fiscalizada, implementação de um programa de ordenação de toda a floresta e com preferência pelas plantas e árvores autóctones de cada região. 
Se não forem tomadas as devidas providências para ordenação e limpeza, e porque as alterações climáticas ganham terreno, os incêndios serão a cada ano mais agressivos e está em causa a sobrevivência de muitas espécies vegetais, animais, representando um perigo iminente para as populações cada vez mais envelhecidas, sem força nem recursos para combater este flagelo.
Desta vez, felizmente, ninguém se magoou. O nosso querido palheiro, mais uma vez, resistiu às chamas e, quem sabe, talvez a videira volte a rebentar, o que para mim será um bom pronuncio, pois gostaria de ainda viver para ver de novo o verde a renascer sob o céu azul mais bonito do mundo! 

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