Ai está, de novo, o Tempo da Quaresma, a propor-nos um caminho de despojamento, sacrifício, atenção aos outros, purificação de pensamentos, palavras e acções.
As serras, e estas em particular, remetem-me para esse tempo quaresmal pela dureza dos caminhos, e pelo despojamento e humildade da paisagem, mas não deixando de ser formosa.
Há na serra uma beleza única que me extasia o olhar; pelas cores sóbrias da vegetação em que o roxo prevalece - mas pincelado aqui e ali por rasgos de amarelo - nas muitas pedras, na neve que ao longe veste a Estrela e na água que escorre límpida pelas fragas ou pelos imensos barrocos.
Sinto vida em cada passo percorrido, em cada folha e planta que toco e o barulho próprio da natureza acalma-me todos os sentidos.
Não admira que as serras e os montes sejam uma referência para quem deseja abstrai-se do mundo, na procura de silêncio e um sentido para a vida.
Aqui, onde o mundo parece estar aos meus pés é um lugar privilegiado para parar e ficar em contemplação, meditação e oração.
É um tempo para estar com Deus e sentir a sua presença, na esperança de que me renove a fé, a força e a alegria para caminhar os 40 dias, rumo à Páscoa.
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