"Sobral de São Miguel, berço dourado,
Nenhum igual a ti, ó meu amor.
Terra de meus pais, canteiro amado,
Repleto de mil bênçãos do Senhor;
De muitos naturais foste cantado,
Em cítaras e harpas de louvor.
Rezas, humilde, prostrado, ao fundo,
Como que a lembrar o final do mundo.
Teus filhos comem, na dureza, o pão,
Amassado no esforço e no suor:
No fundo do Lugar, no Caratão,
Por todos os lugares ao derredor,
Soará sempre em nosso coração
E no fundo da alma com mui fervor:
Sobral acolhedor, hospitaleiro,
Não igual a ti no mundo inteiro.
Povo imortal dos teus e meus avós,
Eu te saúdo, canto e venero.
Vives distante, abandonado, a sós;
Mas ver-te alevantado ainda espero
Após tremenda luta, guerra atroz,
Num grito enorme, final desespero:
«Não deixem morrer meu Sobral, querido.
Assim «por eles», meu grito seja ouvido!"
Pe. António Pinto da Silva
Cantando os Hermínios
Sem comentários:
Enviar um comentário