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quinta-feira, 31 de março de 2022

PRIMAVERA BRANCA

Este ano, houve pelas serranias da zona centro uma manto de brancura que não era de neve - que esta tardou em chegar à Estrela - mas que as giestas brancas floridas vieram dar um toque muito especial,  quase a fazer lembrar pequenas manchas da "branquinha" a pintar a paisagem.    
Desde sempre me habituei a ver os caminhos que percorria na minha aldeia adornado com giestas, mais das amarelas, pois as brancas pontuavam só aqui e ali, que de flor mas têmpora anunciavam os alvores da desejada Primavera. 
A floração das giestas é duradoura e vai da Primavera ao Verão, dependo dos locais e das condições do clima. É uma planta com tendência invasora, sendo certa a sua multiplicação em territórios devastados pelo fogo. Costumo dizer que se perde um pinhal e "herdamos" um giestal! 
Nos meus tempos de menina a sua multiplicação era controlada pelos grandes rebanhos de cabras que se deliciavam com os rebentos tenros, a que se juntava o grande uso que dela se fazia cortando-a para fazer vassouras, queimar na lareira e nos fornos onde se cozia a broa. 
O caríssimo amigo e Senhor Professor António dos Santos Pereira fez-me saber uso da flor da giesta em tempos antigos: -"são os ditos piornos brancos com que se fazia pigmento para tingimento." Então, digo eu, com as modernas tecnologias que hoje existem seria bom voltar ao seu uso e potenciar assim este recurso tão abundante não só na nossa região mas em muitas outras do País. 
Consultando algumas publicações fiquei a saber que: "a denominação científica da giesta é Spartium, que deriva do grego spartion, e apesar de lindas convém ter algum cuidado porque são tóxicas." 

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