sábado, 29 de julho de 2023

OS BARCOS NO CAIS

É um cenário idílico, maravilhoso, perfeito! E muitos outros adjectivos podia acrescentar se a visão que tenho na minha frente não me fizesse calar!
Olho este cais que é de barcos - mas há outros - e todos são sempre um ponto de partida e também de chegada. É bom partir, e é muito bom chegar! Sempre!
Cada viagem que se faz tem um sabor especial, com momentos que ficam para a nossa eternidade e, muitas vezes, haverá alguém que ficará com um bocadinho de nós para lembrar um dia... talvez!
Quando o Lago tem pouca água as crianças conseguem descer até ao pequeno areal que se forma, e ali se deliciam de pezitos na água e mãos em concha para a levarem até ao buraco feito na areia. 
No Inverno, há mais barcos ancorados e tapados, certamente só saem aqueles que tiver mesmo de ser, porque ainda há pescadores! 
Desconheço se ainda há muitos ou poucos pescadores, mas é obvio que a pesca aqui deve obedecer a regras e leio algures que: "Os ritmos e reproduções dos peixes devem ser respeitados. E assim, até meados de janeiro não se pode pescar peixe branco, na primavera é proibida a pesca do poleiro e do pique, por pelo menos um mês e meio, e a da "sardinha" por cerca de um mês."  
Do outro lado o Monte Isola, com muitos outros cais e milhares de casinhas que enfeitam todo o seu sopé. Tudo à minha volta é tão arrebatador que olho, olho e nunca me canso. 
Estive aqui! Andei de barco, abracei os meus filhos e netos aqui! Sonhei! Pois só em sonho algum dia pensei aqui estar! Haverá, então, melhor história para contar? 
Ficam as imagens de mais uma viagem, memória salpicada pela água do Lago, em dias de azul ou cinzento e que o barco ancorado guarde o meu recado de amor, e, um dia, algum dos meus netos, conte a história de tudo o que vivemos e sentimos. . 

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