terça-feira, 31 de maio de 2022

QUANDO A NOITE CAI

Quando a noite cai
Vagueio quase perdida,
Só vejo portas fechadas
E há pouco sinal de vida.

O silêncio é pesado,
Sinto que ninguém vem, 
Há escuridão em muita casa
E no meu coração também.

Desço à rua, olho em volta,
Tudo tão bem iluminado,
E imagino que por magia
Nascia um mundo encantado!
Pois cada pequeno lugar
Tem muitas páginas de história,
Urge escrever cada linha
E não perder tal memória.

Representar em cada cena
O quanto este povo viveu,
Conquistando com coragem
Tudo  quanto tem de seu.

Estas calçadas teriam
Nova vida e encanto
Em risos, festa, alegria
E cantares em cada canto!

Que maravilha! Diriam!
Ao descobrir outro recanto
A luz mostra o caminho
E os olhos abrem-se de espanto!
A Igreja abriria portas
Em noites de oração
Terço, Missa, Via-sacra,
Povo de fé e devoção!

Ladainhas e Penitentes
Teriam novos actores,
Recriando dores e lamentos
Dos passos de Nosso Senhor. 

Sinto frio... sinto dor...
A chuva vem-me acordar
Dou-me conta que estou só
E caminhei a sonhar!

Se noutro País estivesse
Este pequeno rincão,
Seria museu a céu aberto
Para qualquer geração!

MM
Maio 2022

4 comentários:

Unknown disse...

Belas fotos e lindo poema!

Mariita disse...

Bem-haja!

Anónimo disse...

A quem o diz a "amiga" Mariita que as publicaçôes têm "dono"! Se ha alguém que o sabe e respeita os trabalhos e obras dos outros posso afirmar-lhe que sou um deles. E nesse caso, como a amiga, aprecio igualmente que as minhas publicaçôes sejam repeitadas. Todavia uma palvra de apreço à aquilo que com imenso carinho e prazer publicamos tem sempre um grande sabor. Continue sempre a publicar os seus lindos versos e fotos, aprecio imenso.

Mariita disse...

Sim, sem dúvida! Eu também! Como sempre nos ensinaram "o seu a seu dono"!
Quando coloquei a observação não reparei que aparecia nas mensagens, não era esse o meu objectivo e peço muita desculpa por isso. Já retirei.

Grata pelas suas palavras.