quinta-feira, 31 de julho de 2025

ESTRADA DE JULHO NO FIM

Julho diz-nos adeus e, na recta final, sobram os dias de sufoco não só do calor extremo, mas principalmente pelos pensamentos a assolam a mente e fazem temer o surgimento de outras cores que possam vir manchar o horizonte e num ápice levar este verde que pinta a serra e todos os caminhos que vão dar a ela.
Ano após ano, aqui e em todo o território português, são dizimadas pelos incêndios enormes manchas florestais, culturas, casas agrícolas ou de habitação, muitos animais domésticos ou selvagens e perdem-se espécies endógenas que podem não voltar a nascer.
A falta de limpeza e ordenamento da floresta sabemos que são rastilho, mas o vento, nem queiram saber a intensidade do vento, aqui, em muitos dias de Verão! Desde há anos que me surpreende e ao parar nas Pedras Lavradas em dias em que sopra "doido" mete medo e não me lembro de nada parecido na minha infância. 
Não é novidade que o clima está a mudar, muito embora alguns digam que não, e as consequências são tão mais graves quanto mais elementos agrestes e hostis forem sendo “plantados” nas serras, montes e vales sem cuidar de saber como se poderá minimizar o prejuízo. 
Na verdade, a vinda das torres eólicas, pese embora inestético a que já nos habituamos, trouxeram a abertura de caminhos que de outra forma nunca seriam abertos e jamais chegaríamos ao cimo de alguns montes. Não conheço estudos sobre os impactos na fauna e flora depois deste novo elemento na paisagem, mas quer-me parecer que a natureza se adapta. Talvez seja mais prejudicial e poluente ao ambiente em geral o fabrico das torres e a sua chegada aos locais de instalação.
Tudo deveria ser com "conta, peso e medida, sem agressões ao meio-ambiente e, primordial seria sempre a vigilância vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas. Pois se a maioria dos incêndios acontece pela calada da noite é uma irresponsabilidade não implementar este meio, sabendo que depois de um incêndio declarado quaisquer que sejam os meios nunca vão ser suficientes.
Sem mais ajudas que se possa pedir ou nos possam ser dispensadas que venha a protecção divina e os anjos guardem a serra e todos os caminhos que vão dar a ela

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