Julho mês de Verão, dias grande e quentes, meu encanto de menina a "beber" o tempo áureo de uma liberdade poética sem eu ainda saber que existia poesia e por estas escaleiras me escapulia para correr até à à ribeira, às fontes ou descobrir mais alguma vereda na serra que do outro lado me tentava a imaginação quando a vida da janela.
Meu querido mês de Julho, do São Tiago, quando pinta o bago. Da ribeira que corria e na sua fresca água de vestido amarrado nas pontas me banhava sem preocupação de fato de banho, adereço cuja existência nem sequer conhecia.
Julho de tantas alegrias e também tantas tristezas de recordações eternas e outras que não quero trazer ao de cima. Será sempre o "meu" mês, com aquele da luminosidade total, do meu primeiro vagido de vida e onde toda a minha história começou neste Sobral "ajoelhado na base da serra".
Um dia, talvez um dia, eu me atreva a contar todas as minhas histórias de Julho vividas por entre fragas e águas da ribeira. As correrias por todo o lado, os saltos dos paredões, o trepar o pinheiro mais alto. Tanto joelho esfolado e cabeça partida e o incansável Ti Manel Paiva a cozer a testa, o nariz e rasgões nas pernas!
Ou, quem sabe, talvez eu me sente aqui na fonte e complete nas páginas de um caderno outras tantas histórias que não foram vividas aqui, mas qualquer delas era capaz de dar um livro!
Mais um ano de vida está completo neste Julho e mais uma história a acontecer numa duplicidade de sentimentos de alegria, contentamento, mas também uma ansiedade e angústia sem limites que me trazem a alma e o coração em remoinho.
Que os próximos dias me tragam a serena paz do Verão de Julho é só o que mais quero, enquanto regresso em pensamento à terra onde nasci, a todos os lugares da memória de infância que percorri è às fontes onde bebi.
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