Frondosa e bela sobreira
Sentada hoje no teu Recanto
Deu-me saudade tamanha
Que meus olhos foram pranto.
Na memória em fragmentos
Sei que muitas vezes percorri
A penosa e ingreme calçada
Deste lugar onde nasci.
Na penumbra amendrontavas
Breve eu queria passar
Mas o carrego era pesado
E dele não me podia livrar.
Foram tantas as madrugadas
Em que o meu olhar mal te via
A verde folhagem ao vento
Já outro tempo pressentia.
Triste fado, negros dias
Ainda guardo na lembrança
A minha juventude perdida
Sem direito a ser criança.
Ver-te garbosa Sobreira
Desvaneceu todo o meu medo
À tua sombra protectora
Fico agora em sossego.
Que perdure o teu Recanto
Estimem-te os nossos vindouros
És raiz, memória, sentimento
E um dos nossos tesouros!
Mariita
Julho 2025
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