Para celebrar este dia dedicado ao ambiente, escolho imagens que podem não ser as melhores do ponto de vista da qualidade fotográfica, mas que me fazem sentir como se estivesse aqui, nestas terras serranas e únicas, que são para valorizar e visitar - quem ainda não visitou - quando a Covid-19 passar.
O aroma do verde pinho aqui tão presente, a calma de que se desfruta e a beleza da paisagem, levam-me a sonhar que o futuro ainda vai germinar por entre urzes, carquejas e giestas, neste local e em outros recantos semelhantes nas encostas das serranias.
Embrenhando-me ainda por outros lugares, noutra parte da serra, e encontro verdadeiras pérolas ambientais bem perto dos "circuitos" tradicionais, ou chamados principais, mas menos conhecidos ou calcorreados.
É muito bom que um pouco "fora de vistas", haja recantos que a mão humana vai preservando, e é uma surpreendente maravilha encontrar estes pequenos grandes oásis por trás de pinheirais!
A videira que emoldura o palheiro, com as belas rosas por companhia, remetem-me para um cenário perfeitamente idílico em Outono ameno, na Primavera já com os dias a acrescer e a aquecer, e principalmente no quente Verão, que também aqui se faz sentir.
As paredes de xisto cobertas com as negras lajes do telhado permanecem aqui firmes, há anos, e continuarão por muitos mais desde que se "sintam" visitadas. Tudo está perfeitamente integrado na paisagem e em harmonia com as cores que se encontram à volta.
Há silêncio, mas também o barulho próprio e constante da natureza que me embala com o canto dos pássaros, o zumbido das abelhas e dos zangões, a dança das borboletas a esvoaçar, o ruidoso vento a fazer estalar ramos dos pinheiros e pinhas a desprender-se deles, as vezes a despentear-me os cabelos, ou a acariciar-me em brisa fresca e calma.
Felizmente, por enquanto, outros sons ainda se sentem, como a visita diária à horta ou a passagem de pequenos rebanhos de cabras e o seu pastor, um bom motivo para "dois dedos" de conversa que acaba inevitavelmente no lamento de que um dia não mais se sentirá o som dos chocalhos...
Mas, por agora, deixo esses pensamentos tristes e respiro o cheiro da terra e da serra. Há um perfume único a pairar libertado pelas variadas espécies de árvores e plantas de que se destacam o pinheiro, e o medronheiro, sem esquecer as fores e plantas rasteiras que no meio deles despontam, sempre únicas e belas em cada estação do ano.
Toda a flora que aqui desponta e se preserva é uma riqueza da biodiversidade, mas os pinheiros e medronheiros pelo seu tamanho, e por se manterem verdes o ano inteiro, dão a estas serras a mais bonita cor que conheço em perfeito contraste com o azul do céu que as abriga.
E, por vezes, há surpresas por entre os viçosos ervedeiros - como por aqui se chama aos medronheiros - com lugares que parecem estar ali para nos acolher e convidar a um retemperado descanso, e até a uma meditação profunda sobre esta terra que nos foi dada para habitar e nós teimamos em estragar!
Há 49 anos que o dia 5 de Junho foi proclamado pelas Nações Unidas como o Dia Mundial do Ambiente, mas de então para cá que passos se deram no mundo inteiro para mudar? Não basta comemorar!
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